De acordo com o instituto Datafolha, 50 mil pessoas estavam nas ruas de São Paulo nesta terça. Segundo a Polícia Militar, no entanto, esse número era de 10 mil (REUTERS/Alex Almeida)
Da Redação
Publicado em 18 de junho de 2013 às 22h48.
São Paulo - São Paulo foi palco nesta terça-feira de mais uma grande manifestação popular contra o aumento das tarifas de transporte público, que reuniu cerca de 50 mil pessoas em vários pontos da cidade, dando sequência ao maior protesto popular no Brasil em mais de duas décadas.
A manifestação teve início pouco antes das 17h na Praça da Sé, marco zero da cidade e, a exemplo do que aconteceu no protesto da véspera, os manifestantes se dividiram. Um grupo foi para a Avenida Paulista e um outro rumou para a prefeitura, onde alguns manifestantes tentaram invadir a sede do governo municipal e quebraram vidraças do prédio, localizado na região central da cidade.
Imagens da TV mostraram um grupo de manifestantes usando grades para quebrar vidraças da prefeitura. Na Avenida Paulista, os protestos ocorriam de forma pacífica, mas a principal avenida de cidade foi bloqueada para o tráfego de automóveis nas duas direções.
Mais cedo, o prefeito Fernando Haddad (PT) se reuniu com líderes do Movimento Passe Livre (MPL), que tem organizado as manifestações, durante reunião do Conselho da Cidade e disse que irá analisar as planilhas de custos do transporte público para avaliar a possibilidade de reduzir a tarifa, reajustada de 3 reais para 3,20 reais no início do mês.
Na véspera, mais de 200 mil pessoas foram às ruas de todo o país numa onda de protestos que teve como estopim o reajuste no preço da tarifa do transporte público, mas que já engloba uma série de outras insatisfações.
De acordo com o instituto Datafolha, 50 mil pessoas estavam nas ruas de São Paulo nesta terça. Segundo a Polícia Militar, no entanto, esse número era de 10 mil. Na véspera, 65 mil manifestantes tomaram as ruas da cidade.
Em frente à prefeitura, manifestantes queimaram um boneco representando o prefeito Fernando Haddad (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB). Também atearam fogo a um carro de transmissão da TV Record e a uma guarita da Polícia Militar perto da prefeitura.
Manifestantes também bloquearam a Rodovia Raposo Tavares, que liga a capital ao interior do Estado.
Estações da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) também eram alvo dos protestos.
A rodovia Cônego Domenico Rangoni, principal via de acesso ao porto de Santos, foi bloqueada nos dois sentidos por cerca de 1h30 na noite desta terça-feira por manifestantes de Cubatão, provocando paralisação do tráfego também na rodovia Anchieta.
Segundo a Ecovias, concessionária que administra as estradas que ligam a Grande São Paulo à Baixada Santista, as pistas já foram desbloqueadas.