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Nova fase da Lava Jato mira ex-funcionários da Petrobras

Ex-funcionário da Petrobras são investigados por recebimento de propina em contratos relacionados às refinarias Abreu e Lima e Pasadena


	Petrobras: a operação batizada de "Corrosão" tem como objetivo cumprir 11 mandados de busca e apreensão
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Petrobras: a operação batizada de "Corrosão" tem como objetivo cumprir 11 mandados de busca e apreensão (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2015 às 08h49.

Rio de Janeiro - A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira nova etapa da operação Lava Jato para cumprimento de 18 mandados judiciais tendo como alvo ex-funcionário da Petrobras investigados por recebimento de propina em contratos relacionados às refinarias Rnest, também conhecida como Abreu e Lima, e Pasadena.

Segundo comunicado da PF, a operação batizada de "Corrosão" tem como objetivo cumprir 11 mandados de busca e apreensão, dois mandados de prisão temporária e cinco mandados de condução coercitiva nas cidades do Rio de Janeiro, Rio Bonito (RJ), Petrópolis (RJ), Niterói (RJ) e Salvador.

Em uma outra frente da nova fase, a PF investiga atuação de um novo operador financeiro no esquema identificado como facilitador de movimentação de recursos indevidos pagos a membros da diretoria de Abastecimento da Petrobras, à qual estão vinculadas as refinarias brasileiras.

"Os investigados responderão pela prática dos crimes de corrupção, fraude em licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro dentre outros crimes em apuração", disse a PF no comunicado.

A operação Lava Jato investiga um esquema bilionário de corrupção na Petrobras e em outros órgãos da administração pública, com o envolvimento de empreiteiras que formaram um cartel para obter contratos e pagavam propina a funcionários das companhias, a operadores que lavavam o dinheiro do esquema, e a políticos e partidos.

A Rnest custou 4,2 bilhões de dólares a mais do que deveria, concluiu no final do ano passado a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que apurou denúncias de corrupção na estatal. [nL1N0TU1YW] A Petrobras afirma que o custo total da Rnest foi de 18,5 bilhões de dólares.

Em meados deste ano, por limitações ambientais, a primeira unidade de refino da Rnest operava abaixo da capacidade, com o processamento de 74 mil barris de petróleo por dia, ante capacidade instalada de 115 mil a 120 mil barris/dia. [nL1N0ZO2UT] A controversa aquisição da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, na década passada, é investigada por vários órgãos.

A Controladoria-Geral da União (CGU) apontou em dezembro do ano passado perdas de 659,4 milhões de dólares da Petrobras na compra da refinaria de Pasadena.

Ao final do processo de aquisição, a estatal pagou 1,25 bilhão de dólares por Pasadena e ainda teve de fazer investimentos de 685 milhões de dólares em melhorias operacionais e manutenção.

Um dos primeiros presos da Lava Jato foi o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, que ficou no cargo entre 2003 e 2008, intervalo em que a Petrobras realizou a compra da refinaria de Pasadena.

A Lava Jato prendeu ainda os ex-diretores de Serviços e de Abastecimento, Renato Duque e Paulo Roberto Costa, respectivamente, e Jorge Zelada, que sucedeu Cerveró na área internacional.

Texto atualizado às 9h49

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