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Nova fase da Lava Jato investiga lavagem de dinheiro em banco

Segundo a PF, a instituição bancária "valia-se de posição privilegiada dentro da estrutura financeira do mercado para a viabilização de atividades ilícitas"

Lava Jato: foram expedidos três mandados de prisão contra funcionários de banco alvo da investigação (Sergio Moraes/Reuters)

Lava Jato: foram expedidos três mandados de prisão contra funcionários de banco alvo da investigação (Sergio Moraes/Reuters)

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Reuters

Publicado em 8 de maio de 2019 às 08h06.

Última atualização em 8 de maio de 2019 às 10h15.

Rio de Janeiro — A Polícia Federal e o Ministério Público Federal deflagraram nesta quarta-feira a 61ª fase da operação Lava Jato, que investiga esquema de lavagem de dinheiro praticado por executivos do Banco Paulista S.A. que pode ter envolvido recursos no montante de 328 milhões de reais, informaram as autoridades.

Foram expedidos três mandados de prisão contra funcionários de banco alvo da investigação, incluindo para o então diretor da área de operações de câmbio e o então diretor-geral da instituição na época dos crimes apurados, disse a PF em comunicado.

De acordo com o Ministério Público Federal, investigações apontaram que o banco foi utilizado para lavagem de ao menos 48 milhões de reais oriundos da Odebrecht no âmbito do esquema de corrupção investigado pela Lava Jato.

O dinheiro teria sido repassado pela empreiteira a executivos no exterior entre 2009 e 2015, e passado por processo de lavagem envolvendo o Banco Paulista através da celebração de "contratos ideologicamente falsos" com o banco.

Outros repasses suspeitos a empresas aparentemente sem estrutura no valor de 280 milhões de reais também são objeto da apuração, acrescentou o MPF.

Procurados, o Banco Paulista e a Odebrecht não responderam de imediato a pedidos de comentários sobre a operação.

Segundo a Polícia Federal, a instituição bancária "valia-se de posição privilegiada dentro da estrutura financeira do mercado para a viabilização de atividades ilícitas".

A PF acrescentou que a operação marca a primeira vez que a Lava Jato cumpre mandados diretamente na sede de um banco.

"A operação de hoje inicia a responsabilização de agentes que atuaram no mercado financeiro e bancário, e permitiram que milhões de reais fossem lavados e pagos como propina no grande esquema revelado pela Lava Jato", disse o procurador da República Júlio Noronha em comunicado.

Além dos mandados de prisão contra os executivos do Banco Paulista, a operação também cumpre 41 mandados de busca e apreensão, incluindo na sede da instituição bancária e em empresas que transacionaram com o banco.

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