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Notificações de grávidas com sífilis crescem 1047% em 8 anos

Em oito anos, explodiu o número de notificações de sífilis em bebês e em gestantes no País, conforme dados do Ministério da Saúde


	Mulher grávida: segundo especialistas, a alta está associada à melhoria nos sistemas de diagnóstico, mas, principalmente, ao aumento do sexo desprotegido
 (Wikimedia Commons)

Mulher grávida: segundo especialistas, a alta está associada à melhoria nos sistemas de diagnóstico, mas, principalmente, ao aumento do sexo desprotegido (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2015 às 08h26.

São Paulo - Em oito anos, explodiu o número de notificações de sífilis em bebês e em gestantes no País, conforme dados do Ministério da Saúde.

Segundo especialistas, a alta está associada à melhoria nos sistemas de diagnóstico, mas, principalmente, ao aumento do sexo desprotegido.

O número de grávidas com a doença passou de 1.863 em 2005 para 21.382 em 2013, alta de 1.047%. Já o número de notificações de sífilis congênita, quando a mãe passa a doença para o bebê, subiu de 5.832 para 13.705 no mesmo período, crescimento de 135%.

Segundo o Ministério da Saúde, a alta se deve ao maior acesso das gestantes ao pré-natal, o que aumenta o número de casos diagnosticados.

"Estamos em um processo de aprimoramento do sistema de detecção, então não posso concluir automaticamente que o aumento de notificações significa aumento da incidência da doença. Nosso compromisso principal é fortalecer a atenção básica para detectar a doença precocemente e oferecer o tratamento à gestante", diz Lumena Furtado, secretária de Atenção à Saúde do ministério.

Ela cita um estudo feito pela pasta que mostra queda de quase 50% na prevalência da doença em gestantes entre 2004 e 2011.

Para infectologistas, no entanto, embora a melhoria no sistema de detecção tenha contribuído para o aumento de notificações, o número de pessoas infectadas de fato vem crescendo.

"Eu cuido de crianças com sífilis e esse aumento é verdadeiro. Ele está relacionado com a maior prática do sexo casual sem o uso da camisinha, o que deixa a pessoa mais exposta à sífilis e a outras doenças sexualmente transmissíveis", diz Regina Célia de Menezes Succi, infectologista pediátrica e professora da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo.

Adultos

Para Francisco Ivanildo de Oliveira Júnior, infectologista e supervisor da equipe médica do ambulatório do Instituto Emílio Ribas, o crescimento de notificações entre gestantes e bebês indica uma alta de casos também na população em geral.

"Embora não tenha estatísticas da doença em adultos, a gente sabe que está crescendo por meio da prática clínica, com o aumento de casos tanto no ambulatório do Emílio Ribas quanto nos relatos de colegas de diversas especialidades que têm feito esse diagnóstico", diz.

A notificação de sífilis em adultos só passou a ser obrigatória em outubro do ano passado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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