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Noticiário internacional destaca protestos no Brasil

O New York Times, dos Estados Unidos, disse que os manifestantes demonstraram força

Protesto contra aumento das passagens do transporte público, gastos na Copa do Mundo e a corrupção tomou as ruas da capital paulista nesta segunda-feira (Marcelo Camargo/ABr)

Protesto contra aumento das passagens do transporte público, gastos na Copa do Mundo e a corrupção tomou as ruas da capital paulista nesta segunda-feira (Marcelo Camargo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2013 às 06h39.

São Paulo - O dia em que 12 capitais brasileiras viraram palcos de protestos e mais de 230 mil pessoas foram às ruas pedirem mudanças no país ganhou destaque em alguns dos principais portais jornalísticos estrangeiros.

Os veículos procuraram falar sobre as causas dos protestos e apontaram, quase sempre, a insatisfação com problemas sociais e com o alto custo das obras da Copa das Confederações e da Copa do Mundo.

O El País, da Espanha, disse que o Brasil vive as manifestações com maior adesão popular em décadas. Em uma longa reportagem, o periódico tentou explicar o que está acontecendo no país com base em entrevistas com manifestantes.

"Dez dias, mais de 100 feridos e 230 detidos depois da primeira marcha, dezenas de milhares de pessoas se somaram às convocatórias do Movimento Passe Livre, que reclama acesso gratuito a transporte público. Mas agora as razões do protesto são mais amplas e ambiciosas", diz o El País.

O New York Times, dos Estados Unidos, disse que os manifestantes demonstraram força. Segundo a publicação, os protestos evoluíram para um movimento amplo por grupos e indivíduos por uma variedade de assuntos incluindo o alto custo de vida. Também é dito que existe um paralelo entre os protestos brasileiros e os da Turquia.

"Os crescentes protestos estão entre os maiores e mais ressonantes desde o fim da Ditadura Militar em 1985", diz o New York Times.

A Reuters também destacou que a onda de manifestações foi a maior em vinte anos no Brasil. Com destaque para a capital paulista, a agência de notícias norte-americana afirmou que a polícia da São Paulo mostrou moderação nesta segunda-feira, após a atuação violenta da semana passada.


"A dura reação da polícia aos protestos da semana passada atingiu um ponto sensível no Brasil, que aguentou duas décadas de repressão política sob uma ditadura militar, que terminou em 1985."

O Guardian, da Inglaterra, com o título "Protestos no Brasil entram em erupção em enorme escala", afirma que o país viveu uma das maiores noites de protesto em décadas enquanto mais de 100 mil pessoas tomaram as ruas pelo país. Os motivos, de acordo com a reportagem, seriam a frustração contra a repressão policial, maus serviços públicos e altos custos para a Copa do Mundo de futebol.

A BBC, de Londres, contabilizou 10 capitais com manifestação. A imagem de manifestantes escalando a cúpula do Congresso foi destacada. O conflito com a polícia no Rio de Janeiro foi enfatizado, além da lembrança feita quanto à quinta-feira 13 de junho, dia do quarto protesto em São Paulo, o mais violento da capital paulista até aqui.

O Le Monde, da França, e o Clarín, da Argentina, destacaram os confrontos entre os manifestantes e a polícia no Rio de Janeiro em meio a organização de grandes eventos esportivos no Brasil.

Com o título "Maré de manifestantes no Brasil, cenas de caos no Rio", o texto do jornal francês também evidenciou a posição do ministro de Esportes, Aldo Rebelo, de que os protestos não devem "atrapalhar" a realização dos eventos. "Não vamos permitir que nenhuma dessas manifestações atrapalhe nenhum dos eventos que nos comprometemos a realizar", afirmou o ministro, de acordo com o Le Monde.

O site em inglês da Al Jazeera, o Financial Times e o Wall Street Journal apontaram como a insatisfação social, incluindo o aumento das tarifas de transporte público, resultou na onda de protestos em todo o país.

O Financial Times descreve o movimento no País como parte das ações na América Latina. "Os protestos no Brasil seguem uma série de movimentos nos países vizinhos, dos 'panelaços' na Argentina até manifestações de estudantes sobre o custo da educação no Chile".

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