Brasil

"Nosso plano A, B, C, D e E é Lula", diz líder do PT na Câmara

Pela Lei da Ficha Limpa, Lula ficaria impedido de concorrer se o Tribunal Regional Federal da 4ª Região confirmar a sentença dada por Moro

Lula: Zarattini defendeu que Lula é "absolutamente inocente" no processo (Nacho Doce/Reuters)

Lula: Zarattini defendeu que Lula é "absolutamente inocente" no processo (Nacho Doce/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 3 de agosto de 2017 às 18h43.

Brasília - O líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), disse nesta quinta-feira que o partido só trabalha com o cenário que tem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato ao Palácio do Planalto em 2018, embora -- diante da possibilidade de ele ser barrado por razões jurídicas -- não descarte totalmente a hipótese de apoiar um nome de outra legenda.

"A gente não fecha a porta para outro candidato. Agora o nosso plano A, B, C, D e E é Lula candidato", disse o deputado em entrevista à Reuters.

"Não estamos trabalhando com a hipótese de ser outro candidato, é o nome mais forte, mais viável eleitoralmente, politicamente é um camarada que é a maior liderança do país. Para a gente abrir mão do Lula e ficar discutindo plano B, não tem nenhum sentido", acrescentou.

No dia 12 de julho, o juiz federal Sérgio Moro condenou o ex-presidente --líder nas principais pesquisas de intenção de voto para 2018-- por lavagem de dinheiro e corrupção passiva no processo que envolve a compra de um tríplex no Guarujá (SP).

Pela Lei da Ficha Limpa, Lula ficaria impedido de concorrer a cargo eletivo no próximo ano se o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) confirmar a sentença dele até a eleição. Outra restrição é que, no caso de confirmação da sentença, o TRF-4 pode determinar a prisão de Lula.

Zarattini defendeu que Lula é "absolutamente inocente" no processo. Para o deputado, a única prova do processo é a delação do ex-presidente da OAS Leo Pinheiro, que acusou o ex-presidente de ser o dono oculto do apartamento.

Segundo o petista, Pinheiro fez delação porque estava preso havia um ano, fora condenado a 23 anos de prisão e, idoso, iria passar o resto da vida na cadeia.

Zarattini afirmou que, embora seja cedo para falar de alianças para 2018, a tendência é que partidos que atualmente apoiam o governo do presidente Michel Temer não fiquem coligados com Lula.

"Quem ficar com Temer, para nós não interessa porque nós somos oposição radical ao governo. Então, como é que vamos compor com alguém que está no governo?" questionou.

Desde a corrida de 2002, os candidatos do PT incluíram em suas coligações, além de partidos de esquerda, legendas de centro e até direita para estruturar as respectivas campanhas do partido a presidente.

Bolsonaro

O petista avaliou que o deputado Jair Bolsonaro (RJ), bem cotado nas pesquisas para o Planalto, que recentemente decidiu se filiar ao pequeno PEN para ser candidato a presidente, corre o risco de não ter condições para viabilizar a sua campanha.

Segundo Zarattini, Bolsonaro não vai ter "nenhum partido estruturado nacionalmente nem ter tempo de TV".

"Como ele vai fazer campanha para ser vitorioso? Nem sempre é possível fazer o impossível", ironizou.

O líder do PT citou o exemplo do atual prefeito de São Paulo, João Dória, que, apesar de não ser um político tradicional, tinha por trás o apoio da máquina do PSDB de São Paulo, partido que governa o Estado de São Paulo há mais de duas décadas.

O próprio Bolsonaro, no entanto, tem crescido nas pesquisas de opinião sem contar praticamente com o apoio de seu atual partido, o também pequeno PSC.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosEleições 2018Luiz Inácio Lula da SilvaPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Alíquota na reforma tributária dependerá do sucesso do split payment, diz diretor da Fazenda

Reforma tributária: governo faz 'terrorismo' para impedir novas exceções, diz senador Izalci Lucas

Linhas 8 e 9 começam a disponibilizar Wi-Fi gratuito em todas as estações; saiba como acessar

Bolsonaro indiciado pela PF: entenda o inquérito do golpe em cinco pontos