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"Nós somos irmãos siameses", diz Mourão sobre Bolsonaro

Durante a campanha, no entanto, Mourão causou polêmica ao afirmar que a elaboração de uma nova Constituição não precisaria passar por eleitos

"Sou um assessor privilegiado, porque sou um assessor eleito.", disse Mourão (Bruno Kelly/Reuters)

"Sou um assessor privilegiado, porque sou um assessor eleito.", disse Mourão (Bruno Kelly/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de outubro de 2018 às 12h04.

São Paulo - Eleito vice-presidente da República na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB) afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que se considera um "assessor privilegiado" do novo governo. "Sou um assessor eleito. É diferente dos ministros, que podem ser escalados e 'desescalados' a qualquer momento. Eu não posso ser 'desescalado'", disse Mourão.

Segundo o vice, ele e Bolsonaro são "irmãos siameses". "Estamos juntos mesmo." Durante a campanha, no entanto, o então candidato a vice causou polêmica ao afirmar que a elaboração de uma nova Constituição não precisaria passar por eleitos e ao sugerir um "autogolpe" foi desautorizado por Bolsonaro. "Ele é general, eu sou capitão. Mas eu sou o presidente", disse o presidenciável na época. Veja a seguir a opinião de Mourão sobre alguns temas importantes.

Governo Bolsonaro: "O governo deve ser austero, aquele que bota a moedinha no cofrinho, que faz uma viagem e não leva cem pessoas. Tem que ser o governo da economia, da austeridade. O governo do exemplo, no qual o presidente fala e faz. Governo que não pactua com a corrupção, um governo em que o relacionamento com os demais Poderes e demais entes da Federação se dê em torno das ideias, dos programas, dos objetivos, e naquele toma lá, dá cá que vinha acontecendo."

Papel do vice: "Sou um assessor privilegiado, porque sou um assessor eleito. É diferente dos ministros, que podem ser escalados e 'desescalados' a qualquer momento. Eu não posso ser 'desescalado'. Nós somos irmãos siameses, eu e ele (Bolsonaro). Estamos juntos mesmo. E ele já tinha sinalizado que me colocaria em outras tarefas. O que vejo mais é auxiliá-lo na tomada de decisões, cooperando em trabalhos interministeriais. Não precisa ser função oficial, mas de pequenos conselhos."

Chegada ao poder: "Desde os protestos de 2013 há uma onda moralizadora por parte da população, que começou a se mostrar farta com os desmandos nos diversos níveis de governo, principalmente ligados à corrupção, desvio de recursos, obras inacabadas. Isso foi aumentando, até que apareceu alguém capaz de representar no meio político esse sentimento, e esse alguém é o Bolsonaro."

Palácio do Jaburu: "Vamos ver se vou para o Jaburu. O presidente pode querer morar lá e eu vou ter de morar em outro lugar. Dizem que o Alvorada está sendo submetido a uma nova reforma e que é meio difícil de habitar. Mas vou reduzir a estrutura da Vice-Presidência."

Ações em universidades: "Também somos contra o fascismo, estamos empatados com eles (universitários). Alguém determinou que a polícia entrasse. Não considero censura e depois o STF (Supremo Tribunal Federal) derrubou isso."

Maioridade penal: "Isso não é para ladrão de chinelos. É para quem comete crime hediondo. No Rio teve caso recente de um rapaz com 17 anos que esfaqueou e matou um médico que estava andando de bicicleta na Lagoa, ficou três, quatro meses preso, o que não sai no registro dele, e depois já matou mais duas pessoas. Algo tem que ser feito para coibir isso aí."

PRTB: "Não fizemos exigência. Mas, obviamente, vamos buscar ter algum espaço como partido no governo Bolsonaro. Pode ser um ministério ou uma secretaria, algo do gênero."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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