Brasil

Nome ao Planalto sai em 2014, dizem Campos e Marina

Os dois políticos se encontratam em São Paulo para desfazer focos de tensão


	Marina e Campos: "é preciso começar essa aliança não pelos nomes, mas pelo conteúdo", disse o presidente do PSB
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Marina e Campos: "é preciso começar essa aliança não pelos nomes, mas pelo conteúdo", disse o presidente do PSB (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2013 às 09h33.

São Paulo - Cinco dias após o anúncio de sua aliança para a eleição de 2014, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva se encontraram ontem (10) em São Paulo para desfazer focos de tensão. Em seguida, a dupla convocou uma entrevista para afirmar que a definição do nome do candidato do PSB à Presidência ocorrerá apenas no ano que vem.

Chamado por Marina, o governador se deslocou de Recife para São Paulo para um almoço. Depois, na entrevista, os dois tentaram destacar sua boa relação. "Se alguém imagina (haver problemas) entre Marina, eu e outros companheiros para que a gente possa organizar (a aliança) está redondamente enganado", disse Campos.

O estranhamento entre os "sonháticos" da Rede, cujo registro foi negado pela Justiça Eleitoral por falta de assinaturas de apoio, e os dirigentes do PSB, onde os "marineiros" se abrigaram, começou depois que integrantes dos dois grupos começaram a questionar publicamente quem estaria na cabeça da chapa.

No lançamento da aliança, no sábado passado, Marina disse que iria "adensar" a candidatura de Campos, que já estava "posta". Seus auxiliares chegaram a dizer que a ex-ministra aceitaria ser vice. Depois, porém, Marina deu entrevistas em que sugeriu estar disposta encabeçar a chapa ao Planalto. Também surgiram outros pontos de atrito, envolvendo alianças e espaço político.

"A decisão que nós temos tomada com muita clareza é que estamos fazendo uma aliança que busca a identidade. É preciso começar essa aliança não pelos nomes, mas pelo conteúdo", disse Campos na entrevista.

O governador afirmou, ainda, que a aliança não se iniciaria cometendo "os mesmos erros" das práticas políticas que os dois condenam. "Em 2014 nós vamos tomar uma decisão sobre a chapa. Não haverá nenhum problema entre o PSB e a Rede no que tange essa questão."

Marina disse fazer das palavras do governador as suas. Para a ex-ministra, a aliança vai inverter o processo tradicional da política em que "faz-se a aliança eleitoral, ganha-se os governos e depois inventa-se um programa".


"Vamos adensar essa aliança, dar substância a esse conteúdo político e aí sim o que é uma aliança programática poderá se tornar, se deus quiser e o nosso trabalho, uma aliança fática." Marina também criticou a "ansiedade tóxica" da "eleição pela eleição e do poder pelo poder". "O que vai fazer a diferença não é o tempo de televisão, não é o marketing, não é a estrutura. É a nova postura", disse Marina.

Pesquisas

Campos foi questionado se está confortável em liderar a chapa mesmo com Marina aparecendo na sua frente nas pesquisas de intenção de voto. Respondeu no melhor estilo "sonhático":

"Completamente. Nem eu nem a Marina estamos buscando candidaturas. Estamos buscando uma nova política. Em 2014 nós vamos tomar uma decisão sobre a chapa".

O governador aproveitou para reafirmar que não haverá nenhum problema entre o PSB e a Rede no que tange essa questão. Marina concordou. Para a ex-ministra, a aliança vai inverter o processo tradicional da política em que "faz-se a aliança eleitoral, ganham-se os governos e depois inventa-se um programa".

Terremoto

A dupla afirmou reiteradas vezes que é preciso tomar decisões em "14" (ano 2014). "Nós, ao produzirmos esse encontro, não temos porque mudar a estratégia", afirmou o governador Eduardo Campos, segundo quem a aliança entre os dois "provocou um verdadeiro terremoto na política brasileira" e reuniu "muita gente que estava decepcionada com a política, que estava de lado".

Anões

Marina aproveitou para rebater o marqueteiro da presidente Dilma Rousseff, João Santana, que em entrevista na semana passada à revista Época afirmou que os adversários da petista são "anões antropofágicos" - sugerindo que iriam se destruir sem chegar a ameaçar uma vitória de Dilma.

"Quando a gente é o anão a gente tem uma vantagem. A gente não olha de cima para baixo, olha de baixo para cima", retrucou, com certo tom de ironia, a ex-ministra Marina Silva. "Olhando de baixo para cima a gente consegue ver o que está acima de nós. E o que está acima de nós é o futuro do Brasil". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:CelebridadesEduardo CamposEleiçõesEleições 2014GovernadoresMarina SilvaPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Brasil

Brasil pode ser líder em aço verde se transformar indústria com descarbonização, dizem pesquisadores

Cassinos físicos devem ser aprovados até 2026 e temos tecnologia pronta, diz CEO da Pay4fun

Com aval de Bolsonaro, eleição em 2026 entre Lula e Tarcísio seria espetacular, diz Maia

Após ordem de Moraes, Anatel informa que operadoras bloquearam acesso ao Rumble no Brasil