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Em Salvador, Roger Waters faz homenagem a capoeirista assassinado

Artista se emociona ao falar do capoeirista assassinado: "era um grande exemplo para todos nós por espalhar amor, humanidade e coragem"

"Eu quero apenas ter um momento para relembrar um dos seus. Esse é um grande artista local', disse Waters (Facebook/Roger Waters/Reprodução)

"Eu quero apenas ter um momento para relembrar um dos seus. Esse é um grande artista local', disse Waters (Facebook/Roger Waters/Reprodução)

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Clara Cerioni

Publicado em 18 de outubro de 2018 às 13h05.

Última atualização em 23 de outubro de 2018 às 11h40.

São Paulo- Depois de manifestações contra o fascismo nos shows em São Paulo, o ex-Pink Floyd, Roger Waters, fez uma homenagem ao mestre de capoeira assassinado, Romualdo Rosário da Costa, conhecido como Moa do Katendê, no show desta quarta-feira, em Salvador.

Em sua página de Facebook, Waters publicou um vídeo em que mostra a homenagem ao capoeirista morto após uma discussão política.

“Eu quero apenas ter um momento para relembrar um dos seus. Esse é um grande artista local. Ele foi brutalmente assassinado durante o processo eleitoral e era um grande exemplo para todos nós por espalhar amor, humanidade e coragem", disse o músico no vídeo.

“Lembre-se do mestre Moa. Obrigada por uma noite emocional, Salvador.”

O inquérito policial constatou que Moa foi morto por motivação política. O crime ocorreu na madrugada do último dia 8, em Salvador, por uma discussão político-partidária entre Moa e Paulo Sérgio Ferreira de Santana, de 36 anos, que está preso. Moa, conforme apontam as investigações, disse a Paulo Sérgio que era contra o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL).

Show em São Paulo

Na semana passada, Waters já havia se manifestado contra o neofascismo e colocou, no primeiro show, o nome de Jair Bolsonaro na lista de neofascistas do mundo no telão gigante do palco.

Quase ao final do show, a música “Another Brick in the Wall” começou com 12 pessoas encapuçadas como se fossem reféns do Estado Islâmico, imóveis no palco, prestes a serem decapitadas. Quando chega a parte do coro, elas retiram os capuzes. São todas crianças. Há um choque absurdo na plateia. Ao final da música, Waters explica que todas as crianças são brasileiras.

Uma pausa de 20 minutos foi anunciada. Estavam previstas até o final mais nove músicas, com o bis. Uma batalha de gritos de guerra começou logo que as luzes foram acesas. “Fora PT” se revezava com “Ele não”.

A plateia urrou, alguns vaiando, outros apoiando, quando o nome do candidato Jair Bolsonaro apareceu no telão.

No segundo show na capital paulista, Waters foi aclamado pelo público no final, quando parou para apresentar a banda. A plateia aplaudia e gritava “Roger, Roger!”.

O músico se emocionou e agradeceu. E disse: “Me ouçam, eu sinto o amor neste lugar. E queremos um futuro para crianças que tenha respeito aos direitos humanos e às leis.” Emendou a canção Mother e exibiu a frase “nem f*” no telão no lugar do #elenão do primeiro dia.

No lugar do nome de Jair Bolsonaro fechava a lista de neofascistas no primeiro dia, podia-se ler: “Ponto de vista político censurado”. Só depois, apareceu o nome do candidato do PSL. Então, surgiram frases que pediam resistência contra as forças policiais.

Em Salvador, ele também colocou "Ponto de vista político censurado", ao final da lista de neofascistas mundiais.

 

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