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No RN, Alcaçuz vive 6º dia de motim; veja fotos

Rebelião no presídio da Grande Natal entrou no sexto dia, com detentos voltando ao teto da prisão e recebendo bombas da polícia

Rebelião: 220 internos foram retirados do presídio, mas a rebelião continuou (Josemar Goncalves/Reuters)

Rebelião: 220 internos foram retirados do presídio, mas a rebelião continuou (Josemar Goncalves/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de janeiro de 2017 às 12h02.

Última atualização em 19 de janeiro de 2017 às 16h54.

A rebelião na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na Grande Natal chegou ao sexto dia nesta quinta-feira, 19. Nas primeiras horas da manhã, detentos voltaram ao teto de ao menos três pavilhões da unidade.

Do lado de fora, muitos tiros disparados por policiais militares e agentes penitenciários eram ouvidos, assim como o barulho de bombas de efeito moral.

Aglomerados próximo ao pavilhão 4, onde no sábado, 14, 26 presidiários foram mortos, os presos foram dispersados após os disparos de armamento não letal.

De cima de um dos pavilhões, um preso gritava pela atenção da PM pedindo que liberasse o acesso para que os próprios presos "dessem um jeito".

A nova rebelião acontece no dia seguinte à retirada de 220 internos ligados ao Sindicato do Crime do RN (SDC) do local.

O governo do Estado remanejou presos entre três unidades visando a acalmar a situação em Alcaçuz. A Justiça, porém, determinou que parte da operação fosse desfeita.

A Vara de Execuções Penais de Nísia Floresta, cidade onde está situado o presídio, entendeu que presos foram retirados "à revelia" e estariam "correndo sério risco de morte, em especial porque a rebelião não foi controlada".

Em nota, o Tribunal de Justiça potiguar informou que "neste momento de desconfiança entre os presos, não há possibilidade de saber quem são os presos do Sindicato do Crime". "Só os do PCC estão se declarando como integrantes desta facção."

A decisão de interromper a operação montada pelo Estado foi tomada pela juíza Nivalda Torquato, que considerou ainda uma decisão de 2015 que interditou Alcaçuz para novos presos. "Somente por meio de documento oficial e em condições de normalidade é que se pode permutar presos", informou a magistrada.

A transferência de Alcaçuz envolvia a permuta com presos retirados da Penitenciária Estadual de Parnamirim, que seriam divididos entre a unidade em NÍsia Floresta e a Cadeia Publica de Natal, na zona norte da capital. O governo disse que não ia comentar a decisão da juíza, mas ressaltou que na terça-feira foi realizada uma reunião com o TJ para repassar as informações sobre as transferências e organizar a operação.

"Os presos que não entraram em Alcaçuz passaram a noite na Cadeia Pública de Natal. Por questão de segurança, a secretaria de segurança não pode repassar informações neste momento sobre a nova operação de transferência", disse o governo em nota. Não foi informado se os detentos retirados serão devolvidos à Alcaçuz.

Na manhã desta quinta-feira, o helicóptero da PM sobrevoava o presídio em auxílio a ação dos policiais nas guaritas que disparavam contra os presos. O conflito se intensificou e tiros ainda eram ouvidos até por volta das 11h50.

Raio-X das prisões do Norte e Nordeste

- (Raphaela Sereno/Site Exame)

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