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No Rio, universidade apura denúncia de apologia ao nazismo

O estudante de direito Victor Davidovich disse que um casal entrou no salão portando um quadro com mensagens nazistas, insistindo em fixá-lo na parede

UFRJ: "O quadro mostrava a imagem de uma mulher negra, com sinais de mutilação e suásticas em volta" (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

UFRJ: "O quadro mostrava a imagem de uma mulher negra, com sinais de mutilação e suásticas em volta" (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

AB

Agência Brasil

Publicado em 29 de maio de 2017 às 17h04.

A reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apura denúncia do Diretório Central Estudantil (DCE) Mário Prata de que manifestações de apologia ao nazismo teriam ocorrido na sede da entidade estudantil por pessoas que não integram o diretório.

Na última sexta-feira, a universidade divulgou em sua página na internet que pretende acionar a polícia para investigar o caso.

"A Reitoria abrirá procedimento interno para averiguar o caso e registros de pichações de cunho nazista no campus. Também acionará as polícias Civil e Federal para a apuração da apologia ao nazismo que, destacamos, configura crime. Trata-se de uma ação isolada, de ultradireita, que se manifesta de forma apócrifa justamente por não encontrar qualquer respaldo no corpo social da Universidade", diz nota da instituição.

A UFRJ pediu que a comunidade acadêmica não tolere manifestações do tipo e denuncie imediatamente à Ouvidoria Geral pelo email ouvidoria@ouvidoria.ufrj.br.

A universidade mantém ainda um endereço de email para receber denúncias de casos de violência de qualquer tipo, o contato@naosecale.ufrj.br.

O diretório Mário Prata usou a rede social Facebook para comunicar que fechou o salão do segundo andar de sua sede desde a última terça-feira, por causa do episódio.

Diretor de políticas educacionais do diretório, o estudante de direito Victor Davidovich, de 22 anos, disse que um casal entrou no salão portando um quadro com mensagens nazistas, insistindo em fixá-lo na parede.

"O quadro mostrava a imagem de uma mulher negra, com sinais de mutilação e suásticas em volta", relatou o estudante. Segundo ele, outras pessoas que presenciaram o ato.

"Isso ofende qualquer um que tenha o mínimo senso de humanidade. Sempre convivemos na universidade com alguns casos de opressão, mas esse é muito grave, porque é um ódio muito explícito. É uma coisa desavergonhada".

O fato teria causado a indignação de alunas que estavam no local. A Agência Brasil não conseguiu contato com testemunhas. Segundo o diretor do DCE, elas teriam discutido com a dupla e impedido que o quadro fosse deixado no prédio.

O DCE também aponta que banheiros e outros pontos do campus Praia Vermelha foram alvo de pichações de símbolos nazistas, como a suástica.

Como reação, o diretório está organizando um debate sobre a utilização dos espaços do DCE. O encontro está marcado para a tarde da próxima quinta-feira (1).

"Queremos convidar todos a debater sobre os acontecimentos e, mais que isso, queremos construir um espaço que seja acolhedor", diz nota sobre o evento no Facebook.

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