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No Rio, Dilma evita comentar erros da Pnad

Durante comício em Duque de Caxias, presidente prometeu combater a corrupção e punir os culpados

Dilma Rousseff durante ato público em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro (Ichiro Guerra/Dilma 13/Divulgação)

Dilma Rousseff durante ato público em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro (Ichiro Guerra/Dilma 13/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2014 às 21h30.

Rio - Em meio a denúncias sobre um esquema de desvio de dinheiro na Petrobras que envolvia empresários e políticos, a presidente Dilma Rousseff prometeu nesta sexta-feira, 19, durante comício em Duque de Caxias (Baixada Fluminense), combater a corrupção e punir os culpados.

"Nosso País precisa ter compromisso no combate aos que desviam dinheiro público, contra a corrupção, acabando com a impunidade", discursou, ao lado do candidato ao governo Marcelo Crivella (PRB), senador e ex-ministro da Pesca.

"Não é possível que no Brasil tenhamos pessoas que queiram viver com recursos que não são seus, são do povo brasileiro", acrescentou.

Mais uma vez, Dilma atacou a adversária Marina Silva, do PSB, e insinuou que em seu plano de governo ela não prioriza a extração do petróleo do pré-sal.

"Tem gente dizendo que não é estratégico explorar o petróleo do pré-sal, mas a quantidade de empregos que vai gerar é muito grande, perto dos locais de produção", discursou para a plateia da cidade, onde está localizada a Refinaria de Duque de Caxias (Reduc).

Dilma reiterou o compromisso de não mudar os contratos já firmados de distribuição de royalties do petróleo. "Os royalties do petróleo são devidos ao Rio porque assim decidimos anos atrás. Os contratos firmados não serão mudados".

Um dia após a divulgação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2013, que apontou aumento da taxa de desemprego, a presidente exaltou a criação de postos de trabalho durante os governos do PT.

Dilma deixou o comício sem dar entrevistas e não comentou os erros da PNAD, apontados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Estamos há 12 anos aumentando o emprego", afirmou. Dilma aproveitou para criticar Marina, que defendeu mudanças nas leis trabalhistas. "Não fui eleita para tirar direito de trabalhador, para desempregar, reduzir salários".

Apesar disso, admitiu que é preciso melhorar a qualidade do emprego no País.

A presidente é apoiada por quatro candidatos a governador no Rio. Além de Crivella, estão ao lado de Dilma na campanha Lindbergh Farias (PT), Anthony Garotinho (PR) e Luiz Fernando Pezão (PMDB). Dilma já esteve no Rio em eventos com os outros candidatos, sendo essa a primeira vez que faz campanha com Crivella. No palanque, a presidente recebeu de crianças autistas uma camiseta da campanha pela conscientização sobre o autismo.

No início do discurso, Dilma exaltou Crivella e disse que o Ministério da Pesca foi criado para estimular a produção e a indústria do setor.

"Aqui está um brasileiro decente, honesto, competente, a gente não tem muitos assim", elogiou, em discurso de pouco menos de 13 minutos.

Na semana passada, em campanha com Lindbergh no município de São Gonçalo (região metropolitana), Dilma falou por menos de quatro minutos e não fez elogios a Lindbergh.

A presidente já visitou um restaurante popular com Garotinho e participou de um jantar e de um encontro com moradores de favelas com Pezão.

Duque de Caxias é o terceiro maior colégio eleitoral do Rio de Janeiro, com 608 mil votantes. Na disputa presidencial de 2010, Dilma teve 54,4% dos votos, seu quinto melhor desempenho no Estado.

Marina Silva, então candidata do PV e hoje no PSB, teve 28% e o tucano José Serra, 15,8%.

A Praça do Pacificador, local do comício, também tinha sido o local escolhido para uma atividade de campanha de Marina Silva programada para hoje.

No entanto, quando o PSB pediu autorização à prefeitura, foi informado de que a praça já estava reservada para Dilma. Marina teve que mudar a programação e fez campanha hoje em São Paulo.

Aliado da presidente e do governador Pezão, o prefeito de Caxias, Alexandre Cardoso, deixou o PSB e deve migrar para o PMDB. Ontem ele recebeu a presidente no heliponto da cidade e a levou de volta, mas não participou do comício. "Sou Pezão", disse.

Na plateia, a maioria dos militantes era da Igreja Universal do Reino de Deus, da qual Crivella é bispo licenciado.

Embora ainda espere por melhorias em saúde e educação, a dona de casa Suely Souza disse que vota na presidente por reconhecer que "a vida melhorou para os pobres".

Já a babá Sônia Cecília dos Santos Porto só tem definido o voto em Crivella. Para presidente, está entre Marina e Dilma. "Estou vendo os debates, os programas, para tomar minha decisão", disse Sônia.

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