Brasil

No Rio, bancários fazem piquetes e pedem adesão à greve

Sindicalistas rejeitaram a proposta realizada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que prevê aumento de 7,35% nos salários


	Bancários entram em greve nesta terça-feira (30) por tempo indeterminado
 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Bancários entram em greve nesta terça-feira (30) por tempo indeterminado (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2014 às 13h08.

Rio de Janeiro - Agências bancárias de todo o país amanheceram em greve hoje (30) por tempo indeterminado, após decisão tomada em assembleias realizadas pelos sindicatos da categoria na noite de ontem (29). Os sindicalistas rejeitaram a proposta realizada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que prevê aumento de 7,35% nos salários. No Rio de Janeiro, funcionários fizeram piquetes, impedindo a entrada de funcionários nos bancos, com o objetivo de conseguir adesão à greve.

O diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Paulo César Matileti, criticou a postura da Fenaban. “Os banqueiros não respeitam os trabalhadores, então tivemos que decidir pela greve. A federação se negou a apresentar uma proposta que atendesse às reivindicações dos bancários: ofereceu um aumento bem abaixo do que pedimos e nem se pronunciou em relação às questões não-econômicas. Precisamos de melhores condições de trabalho”, disse.

O petroleiro Paulo Roberto Sabino, de 46 anos, foi a uma agência bancária hoje, na Avenida Rio Branco, no centro financeiro do Rio, e contou que não conseguiu realizar uma operação, mas afirmou apoiar os grevistas. “Preciso fazer um depósito, mas não consegui nos caixas eletrônicos daqui e não há funcionários atendendo. Apesar de ter me prejudicado, sou a favor da greve. Já fui bancário e tenho contato com meus colegas até hoje. Eles reclamam principalmente das metas absurdas”, relatou.

A guia turística Vanda da Costa Barreto, de 66 anos, trabalha em Jacarepaguá e foi à agência da Avenida Rio Branco fazer um pagamento. “Perdi um dia só para vir aqui e dei com a cara na porta. Acho que as reivindicações devem ser feitas, mas sempre com diálogo e sem prejudicar as pessoas”, opinou.

O presidente do Sindicato dos Lojistas do Rio (Sindilojas), Aldo Gonçalves, afirma que a greve pode afetar o comércio. “As pessoas tendem a gastar menos e a priorizar as compras mais urgentes, com a greve dos bancos. Isso certamente faz com que as vendas caiam e prejudicam os comerciantes”, acredita.

Entre as principais reivindicações dos bancários está o reajuste salarial de 12,5%, fim das metas consideradas abusivas, combate ao assédio moral, manutenção dos planos de saúde na aposentadoria, Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários e prevenção contra assaltos e sequestros.

A proposta da Fenaban oferece reajuste de 7,35% a ser aplicado nos salários, de 8% para o piso da categoria, podendo chegar a R$ 2.403 para o caixa, com jornada de 6 horas por dia, após 90 dias de emprego. Nos dois casos, de acordo com a Fenaban, está assegurado novo aumento real - acima da inflação.

Acompanhe tudo sobre:Bancoscidades-brasileirasFinançasGrevesMetrópoles globaisRio de JaneiroSalários

Mais de Brasil

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP

Governos preparam contratos de PPPs para enfrentar eventos climáticos extremos

Há espaço na política para uma mulher de voz mansa e que leva as coisas a sério, diz Tabata Amaral