Presidente Lula: eventuais medidas que afetem negativamente o Brasil devem manter a popularidade do petista em alta, confidenciaram técnicos do governo. (Evaristo Sá/AFP)
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 31 de julho de 2025 às 17h49.
Última atualização em 31 de julho de 2025 às 18h04.
O fim do suspense com a formalização do tarifaço pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, trouxe alívio momentâneo para o governo na seara econômica, afirmaram à EXAME auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O impacto reduzido da sobretaxação e a lista de exceções exigirá, segundo técnicos das alas política e econômica, um plano de contingência com custo fiscal reduzido e menor oferta de crédito por parte dos bancos públicos.
A ordem de Lula é que o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reforcem as negociações para mais exceções, sobretudo para frutas e para o café.
Retaliações à maior economia do mundo, entretanto, estão descartadas em um primeiro momento e poderiam inflamar ainda mais o presidente dos Estados Unidos, disseram técnicos do governo.
A avaliação nos corredores do Palácio do Planalto, entretanto, é de que o imbróglio político está longe do fim, e Trump mostrou que está disposto a usar os instrumentos de pressão disponíveis para tentar livrar o ex-presidente Jair Bolsonaro da cadeia.
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O temor, confidenciaram técnicos do governo, é de que as sanções impostas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), possam ser estendidas a outros membros do Judiciário, do governo e do Legislativo.
São esperadas pelos auxiliares de Lula novas sanções de Trump, tanto políticas quanto econômicas, durante o julgamento de Bolsonaro.
Eventuais medidas que afetem negativamente o Brasil devem manter a popularidade do petista em alta, avaliaram os técnicos do governo.
Os resultados recentes das pesquisas de opinião também têm animado o Planalto, como mostrou a EXAME. Nesta quinta, o instituto AtlasIntel em parceria com a Bloomberg, apontou que Lula é aprovado por 50,3% dos brasileiros e reprovado por 49,7%, segundo a pesquisa Latam Pulse.
Essa é a primeira vez desde novembro de 2024 que a aprovação supera numericamente a desaprovação. A pesquisa reforça a tendência vista no levantamento de junho, quando a desaprovação caiu e a aprovação subiu.
Além disso, a pesquisa mostrou que se as eleições de 2026 fossem hoje, Lula venceria todos os adversários em cenários de segundo turno.
"Se as pesquisas de popularidade indicarem uma aprovação de Lula de 50% ou mais, Lula será um candidato à reeleição ainda mais competitivo e com reais chances de vitória", disse um aliado do presidente.