Lula: De acordo com o petista, um eventual governo seu reposicionaria o País no centro do investimento internacional (Globo/João Miguel Júnior/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 29 de outubro de 2022 às 15h16.
Nesta véspera de eleição, o candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, publicou um artigo no jornal francês Le Monde em que faz uma série de acenos caros à comunidade internacional. No texto, Lula se compromete a cuidar da Amazônia, a fortalecer relações multilaterais afetadas pelo governo Jair Bolsonaro (PL), e fazer "mais e melhor" pelo Brasil.
Em seu artigo, Lula diz que o Brasil vai às urnas amanhã após "quatro anos de ódio, mentiras, negacionismo e morte de um número insuportável de cidadãos durante a pandemia". "Homens e mulheres brasileiros devem agora escolher um governo que defenda a democracia, a paz, a unidade de nossa sociedade", diz o ex-presidente, que promete, se eleito, devolver o Brasil "ao cenário internacional".
"A emergência climática, o aumento das desigualdades e as tensões geopolíticas revelam a gravidade da crise que afeta nosso planeta. Infelizmente, Jair Bolsonaro continuou a agravar essa situação", escreve Lula. "Essas características de seu governo fizeram do Brasil um novo pária no cenário internacional. Isso não pode continuar", acrescenta.
De acordo com o petista, um eventual governo seu reposicionaria o País no centro do investimento internacional. "Credibilidade, previsibilidade, estabilidade será o lema do meu governo", voltou a prometer Lula, desta vez aos olhos do mundo, com proposta, ainda, de reforçar o Mercosul, construir uma "parceria estratégica" com a União Europeia e "restabelecer" relações com o continente africano. A reformulação do Conselho de Segurança da ONU é citada, uma ideia antiga do ex-presidente.
"Desenvolveremos uma política externa soberana e ativa. Trabalharemos a favor da paz, do diálogo e da cooperação internacional. Cremos em um mundo multipolar, e contrariamente a certos membros do governo Bolsonaro, não pensamos que a Terra é plana e que a mudança climática não existe. Meu governo trabalhará, com outros países, para reconstruir o Fundo Amazônia e assim cuidar da floresta amazônica e a biodiversidade", escreve Lula.
O presidente da França, Emmanuel Macron, foi um dos líderes estrangeiros com o qual Bolsonaro mais se desentendeu ao longo do mandato em razão da alta no desmatamento da Amazônia. O candidato à reeleição chegou a dizer que Macron dava "pitaco" no Brasil sem conhecer a França. O ministro da Economia, Paulo Guedes, chamou a esposa do presidente francês, Brigitte Macron, de "feia".
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