Brasil

No Dia Mundial da Saúde, qual o papel da OMS no combate a pandemias?

Órgão das Nações Unidas responsável por promover a saúde tem sua atuação questionada na coordenação dos esforços globais contra o novo coronavírus

OMS: para o WSJ, é hora de reformar ou de parar de financiar a organização criada em 1948  (Denis Balibouse/Reuters)

OMS: para o WSJ, é hora de reformar ou de parar de financiar a organização criada em 1948 (Denis Balibouse/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2020 às 06h21.

Última atualização em 7 de abril de 2020 às 06h49.

Hoje, 7 de abril, é o Dia Mundial da Saúde, data instituída pela Organização Mundial da Saúde para promover a conscientização das pessoas sobre a importância de equilibrar o bem-estar físico, mental e social. A data não foi escolhida por acaso: coincide com a criação da própria OMS, que foi fundada em 7 de abril de 1948. A cada ano, a agência das Nações Unidas escolhe um tema central de campanha.

Em 2020, a instituição está prestando tributo a enfermeiras e parteiras, que compõem uma força de trabalho de quase 28 milhões de pessoas no mundo – muitas delas atuam na linha de frente para cuidar de pacientes infectados pelo novo coronavírus.

O Dia Mundial da Saúde é também uma oportunidade para discutir a função da própria OMS. Não são poucos os que acham que o órgão deveria ter desempenhado um papel mais relevante na coordenação dos esforços globais contra o novo coronavírus. Uma das críticas é a lentidão com que a OMS reagiu ao surto deflagrado na China em dezembro de 2019. O órgão avaliou que os chineses conseguiriam conter a propagação do vírus e manifestou sua oposição a qualquer medida que restringisse as viagens internacionais.

A OMS declarou que o surto era uma “emergência de saúde global” somente no dia 31 de janeiro, quando, além da China, já haviam sido registrados casos em 18 países. Em 11 de março, a OMS reconheceu que o novo coronavírus havia se tornado uma pandemia. Até então, a covid-19 já havia infectado 121.000 pessoas em mais de 100 países.

Anteontem, o diário americano Wall Street Journal publicou um editorial criticando a atuação da OMS na crise. “A pandemia do coronavírus oferecerá muitas lições sobre o que fazer melhor para salvar mais vidas e causar menos danos econômicos na próxima vez. Mas já existe uma maneira de garantir que pandemias futuras sejam menos mortais: reformar ou parar de financiar a OMS”.

Em defesa da OMS, é preciso lembrar que o órgão depende de informações fornecidas pelos países membros, que demoraram a transmitir dados atualizados e confiáveis sobre a pandemia. Além disso, as recomendações da OMS não têm caráter vinculante, ou seja, a instituição não tem poder coercitivo para impor suas diretrizes.

Por fim, a OMS não tem autonomia orçamentária, pois depende das contribuições dos países – os Estados Unidos e a China são os maiores financiadores do órgão. Sem uma mudança na estrutura da instituição, é difícil esperar que ela tenha uma ação mais efetiva na próxima pandemia.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusExame HojeOMS (Organização Mundial da Saúde)SaúdeSustentabilidade

Mais de Brasil

Após ordem de Moraes, Anatel informa que operadoras bloquearam acesso ao Rumble no Brasil

Justiça Eleitoral condena Marçal por abuso de poder e o declara inelegível

Alexandre de Moraes determina suspensão do Rumble no Brasil

ViaMobilidade investirá R$ 1 bilhão nas linhas 8 e 9 para reduzir intervalos e reformar estações