Brasil

No dia de enterro do filho, mãe de vítima desabafa nas redes

“Não julgue o nosso filho, a nossa família, pelas notícias que você tem lido. Nós e a escola sabemos que não foi assim", afirmou Bárbara, mãe de João Pedro

Mãe do aluno João Pedro, morto a tiros por um colega de classe em Goiânia (@barbaravisalia/Instagram/Reprodução)

Mãe do aluno João Pedro, morto a tiros por um colega de classe em Goiânia (@barbaravisalia/Instagram/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de outubro de 2017 às 10h46.

Última atualização em 22 de outubro de 2017 às 10h47.

Goiânia - Na frente do cortejo fúnebre, o pai de João Pedro Calembo, de 13 anos, Leonardo Calembo, era acompanhado por um dos dois irmãos do menino, morto por um colega de classe dentro de uma sala de aula do Colégio Goyases, na manhã de sexta-feira, 20.

Atrás do homem e do garoto, vinham pelo menos duzentas pessoas, entre familiares, amigos e colegas de escola para o enterro, realizado na manhã deste sábado, 21, no Parque Memorial, em Goiânia.

Por estar muito abalada, Bárbara, a mãe do adolescente caminhou mais devagar, chegando um pouco depois dos demais familiares no local do sepultamento. Parentes do garoto, de família evangélica, cantaram uma música em homenagem ao filho. Em seguida, eles aplaudiram e fizeram um minuto de silêncio.

"João Pedro, Jesus te ama", disse, em voz alta e chorando o avô Ronaldo. Um dos dois irmãos de João Pedro não se desgrudava do avô e derramava lágrimas. "Meu rapazinho", falou baixinho a mãe, na única frase que dela se pode ouvir. Ela erguia a mão esquerda ao céu demoradamente. Em determinado momento, a mão do marido a alcançou.

Desabafo

Ainda no sábado, a mãe de João fez uma homenagem e um pedido público. Acompanhado por foto em que aparece ao lado do filho, ela publicou um post sobre a tragédia em seu Instagram.

“Não julgue o nosso filho, a nossa família, pelas notícias que você tem lido. Nós e a escola sabemos que não foi assim. Somos pais presentes, disponíveis, empenhados na educação dos nossos 3 filhos. Respeitem nosso luto, somos humanos, falhos, gente que tenta acertar todos dias”, afirmou. "Meu príncipe foi morar num lugar onde não há choro, tristeza ou dor".

Segundo enterro

Cerca de uma hora depois, foi enterrada a segunda vítima, João Vitor Gomes, de 13 anos, no Cemitério Jardim das Palmeiras, em Goiânia. Durante o sepultamento, era possível ouvir os gritos da mãe do adolescente. "Meu filho, João Vitor. Mamãe te ama", repetia Katiucia Fernandes. Mais de cem pessoas participam do cortejo.

A mãe foi amparada durante o trajeto da sala de velório ao local de enterro pelo marido e pai de João Vitor, Fabiano, que a segurava pelo braço esquerdo. Do outro lado, ela era abraçada pelo filho mais novo, de 11 anos.

No trajeto, mães de outros alunos do Colégio Goyases, falavam sobre a dor de enterrar um filho. "Não existe nada pior", diziam.

Quando chegaram ao local onde o corpo foi enterrado, a mãe de João Vitor já não conseguia se sustentar de pé. Enquanto o corpo do adolescentes era enterrado, Katiucia chorava, ajoelhada no chão, com as mãos na cabeça.

Acompanhe tudo sobre:Goiânia

Mais de Brasil

PF investiga incêndios criminosos no Pantanal em área da União alvo de grilagem usada para pecuária

Nunes tem 26,8%, Boulos, 23,7%, e Marçal, 21%, em SP, diz Paraná Pesquisas

Mancha de poluição no rio Tietê cresce 29% em 2024, 3ª alta anual consecutiva

'Perigo': Inmet alerta para tempestades no Sul e baixa umidade no centro do país; veja previsão