Brasil

Unicef: No Brasil, a cada 10 crianças, 6 vivem na pobreza

61% das crianças e dos adolescentes brasileiros são pobres: estão em famílias que vivem com renda insuficiente e/ou não têm acesso a um ou mais direitos

Unicef: estudo concluiu que houve redução da "pobreza monetária", mas múltiplas privações não acompanham essa diminuição (Oli Scarff/Getty Images)

Unicef: estudo concluiu que houve redução da "pobreza monetária", mas múltiplas privações não acompanham essa diminuição (Oli Scarff/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de agosto de 2018 às 11h47.

Última atualização em 14 de agosto de 2018 às 12h07.

São Paulo - Seis em cada dez crianças e adolescentes brasileiros vivem na pobreza, segundo estudo divulgado nesta terça-feira, 14, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O levantamento levou em consideração, além da situação financeira das famílias, a privação de um ou mais direitos como educação, informação, proteção contra o trabalho infantil, moradia, água e saneamento.

O estudo, feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2015, concluiu que, na última década, houve redução da chamada "pobreza monetária" na infância e na adolescência no País, mas as múltiplas privações a que crianças e adolescentes brasileiros estão submetidos não acompanharam essa diminuição.

De acordo com a Pnad 2015, 61% das crianças e dos adolescentes brasileiros são pobres: estão em famílias que vivem com renda insuficiente, o que caracteriza a pobreza monetária, e/ou não têm acesso a um ou mais direitos. O saneamento é a privação que afeta o maior número de crianças e adolescentes (13,3 milhões), seguido por educação (8,8 milhões) e água (7,6 milhões).

Na área do saneamento, o levantamento destaca que um quinto de meninas e meninos do Brasil vivem em casas com fossas rudimentares, valas ou esgotos sem tratamento. Já no campo da educação, aponta que 13,8% de crianças e adolescentes de 4 a 17 anos estão na escola, mas são analfabetos ou têm atraso escolar e 6,5% estão fora da escola, o que é considerado uma privação extrema.

Segundo o levantamento, 18 milhões de meninas e meninos (34,3%) são afetados pela pobreza monetária (têm menos de R$ 346 per capita por mês na zona urbana e R$ 269 na zona rural). Desses, 6 milhões (11,2%) têm apenas privação de renda - ou seja, os seis direitos analisados são garantidos. Já os outros 12 milhões têm, além da renda insuficiente, um ou mais direitos negados.

Disparidades

Há diferenças nas privações de direitos, de acordo com o grupo de crianças e adolescentes analisado. Moradores da zona rural, por exemplo, têm mais direitos negados do que os da zona urbana.

Meninos e meninas negros e moradores das regiões Norte e Nordeste do Brasil também enfrentam mais privações se comparados aos brancos e moradores das regiões Sul e Sudeste, de acordo com o levantamento.

Acompanhe tudo sobre:CriançasONUPobreza

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP