Sistema de captação de água do sistema de abastecimento Cantareira na represa de Jaguari, em Joanópolis: o volume já representa mais de 25% da média histórica para março (Paulo Whitaker/Reuters)
Da Redação
Publicado em 6 de março de 2014 às 11h24.
São Paulo - Mesmo com as chuvas registradas no início deste mês, o volume de água armazenado nos reservatórios do Sistema Cantareira permanece em queda. Nesta quinta-feira, 6, o índice caiu para 16% ante o nível de 16,1% registrado ontem, 5. A marca é a pior já registrada na história do sistema.
Ao longo dos seis primeiros dias do mês, choveu 47,4 milímetros (mm) na região do Cantareira, na divisa entre os Estados de São Paulo e Minas Gerais.
O volume já representa mais de 25% da média histórica para março. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), de hoje até sábado deve chover de 40 a 100 milímetros no leste e nordeste do Estado, atingindo a região dos reservatórios.
O volume de chuvas dos próximos dias deve ser determinante para adoção ou não de um racionamento de água na capital paulista. Na última semana, a presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Dilma Pena, afirmou que se as chuvas ficarem dentro da média, o abastecimento na Grande São Paulo não deverá ser comprometido.
"Se chover nos próximos meses a média de cada vez, a média, não mais, não será necessário usar o volume morto. Somente com gestão de demanda, com o bônus que temos dado, e com a gestão do sistema, passaremos o ano muito bem", garantiu.
Desde o início do ano, a Sabesp colocou em prática uma série de medidas a fim de evitar um corte no abastecimento. No dia 1º de fevereiro, a concessionária anunciou um programa de bonificação para os clientes que economizarem em 20% o seu gasto médio mensal. O desconto nas tarifas, de 30%, será mantido até agosto ou até a normalização dos níveis dos reservatórios.
A Sabesp anunciou ainda o investimento de R$ 80 milhões na compra de bombas e em obras de infraestrutura para a exploração de uma reserva adicional de 400 milhões de metros cúbicos abaixo dos níveis operacionais de captação do sistema, o chamado volume morto. Sozinho, o Sistema Cantareira é responsável pelo abastecimento de 8,8 milhões de clientes da concessionária.