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Nível do Cantareira continua baixando, apesar de chuvas

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) comunicou que o sistema opera com 6,2% da segunda cota do "volume morto"


	Sistema Cantareira: São Paulo sofreu em 2014 sua pior crise hídrica desde 1930
 (Divulgação/Sabesp)

Sistema Cantareira: São Paulo sofreu em 2014 sua pior crise hídrica desde 1930 (Divulgação/Sabesp)

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Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2015 às 14h47.

São Paulo - O nível do Sistema Cantareira caiu nesta quinta-feira a 6,2% apesar das chuvas que caem há duas semanas em São Paulo, que passa por sua pior crise hídrica desde 1930.

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) comunicou que o sistema opera com 6,2% da segunda cota do "volume morto", reserva técnica que começou a ser usada em novembro.

O nível do Cantareira estava em 6,4% antes da forte tempestade com granizo e descargas elétricas de ontem, que manteve em estado de alerta vários bairros e deixou 200 mil residências sem luz até hoje de manhã, segundo a AES Eletropaulo.

A nova queda acontece um dia depois de o novo presidente da Sabesp, Jerson Kelman, admitir que o sistema pode secar totalmente em março, embora com os atuais níveis de chuvas o Ministério de Ciência e Tecnologia preveja que o conjunto de açudes pode "sobreviver" até junho.

Ontem, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, admitiu pela primeira vez que a capital e vários municípios passam por racionamento de água e o atribuiu a que a reguladora nacional ordenou reduzir a pressão utilizada para a provisão.

Com a admissão da existência de racionamento, a Justiça autorizou novamente a cobrança de multas pelo excesso de consumo, como o tinham decretado as autoridades, mas que estava suspensa porque para ser efetiva tinha que ter reconhecimento oficial por parte do governo.

O juiz José Renato Nalini, presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, emitiu ontem à noite uma decisão na qual revogava a suspensão e aprovava de novo a decisão do governador.

"Ninguém sobrevive sem água", indicou o magistrado em sua decisão de defesa da aplicação de multas para evitar um "prejuízo à saúde pública".

São Paulo sofreu em 2014 sua pior crise hídrica desde 1930, com uma seca que disparou o alarme em todos seus reservatórios e que obrigou o governo a adotar medidas como as de bonificar usuários que reduzam o consumo e punir com multas os que o aumentam.

As chuvas de 2014 no sudeste do Brasil foram muito inferiores às esperadas e as chuvas registradas no início de 2015, com forte intensidade, ventos e tempestades elétricas, só serviram para manter estáveis os níveis dos reservatórios por poucos dias.

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