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Nível de rios em SP melhora, mas ainda está abaixo da média

Como a volta das chuvas ocorre após um longo período de estiagem na região, a vazão dos rios oscila como ondas, conforme o volume das precipitações


	Rio Piracicaba: de uma vazão de 12,6 metros cúbicos por segundo na sexta-feira, ele subiu para 214 m3/s no sábado
 (Wikimedia Commons)

Rio Piracicaba: de uma vazão de 12,6 metros cúbicos por segundo na sexta-feira, ele subiu para 214 m3/s no sábado (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 22 de dezembro de 2014 às 15h48.

Sorocaba - O nível dos rios que abastecem as regiões de Campinas e Piracicaba, no interior de São Paulo, subiu com as últimas chuvas, mas ainda está abaixo da média para o mês de dezembro.

Como a volta das chuvas ocorre após um longo período de estiagem na região, a vazão dos rios oscila como ondas, conforme o volume das precipitações.

O fenômeno é bem visível no Rio Piracicaba que, de uma vazão de 12,6 metros cúbicos por segundo na sexta-feira, subiu para 214 m3/s no sábado, após chuvas torrenciais ocorridas à noite.

No domingo, a vazão havia baixado para 80,88 m3/s e nesta segunda-feira (22), caiu ainda mais, para 51,23 m3/s no trecho que corta a área urbana, segundo a rede de telemetria do Consórcio das Bacias do Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ).

Mesmo assim, o volume de água ainda era suficiente para cobrir as pedras que antes estavam à mostra e atrair turistas ao mirante do salto e à Avenida Beira Rio, o complexo turístico da cidade.

A vazão média do Piracicaba este mês está em 38,2 m3/s, bem abaixo da média histórica para dezembro, de 129 m3/s.

Outros rios que abastecem cidades da região de Campinas ainda têm vazões inconstantes. Apesar das chuvas, o Rio Atibaia, que fornece água para quase 1 milhão de pessoas em Campinas, estava nesta segunda-feira com vazão de 5,21 metros cúbicos por segundo em Valinhos.

Pelas novas regras da Agência Nacional de Águas (ANA) e Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) que entram em vigor no início de janeiro, vazão abaixo de 5 metros nesse ponto significa estado de alerta e, abaixo de 4 m3/s, torna obrigatória a redução na captação em 20%.

Já os rios Camanducaia e Jaguari, que também têm a vazão regulada pelo Sistema Cantareira e abastecem a região, tinham nesta segunda-feira vazões mais confortáveis, segundo a rede de telemetria.

Na foz em Limeira, o Jaguari estava com 9,16 m3/s, quase o dobro da vazão inicial do estado de alerta, de 5 m3/s.

O Camanducaia tinha vazão de 7,19 m3/s, quando o valor considerado para a restrição na captação é abaixo de 1,5 m3/s.

A demora para que os rios atinjam vazões sustentáveis preocupam os associados do Consórcio PCJ. Estudos divulgados este mês mostram que os efeitos da estiagem de 2014 podem transpor a temporada de chuvas e causar reflexos no segundo semestre de 2015.

De acordo com o estudo, os 5,5 milhões de habitantes das bacias PCJ possuem disponibilidade hídrica muito crítica, de apenas 408 mil litros por habitante a cada ano.

Para se ter uma ideia, no Oriente Médio, uma das regiões com maior escassez de água do mundo, a disponibilidade hídrica é de 450 mil litros por habitante/ano.

Em termos de escassez de água, a região do PCJ só perde para a do Sistema Cantareira, que abastece 10 milhões de habitantes da Grande São Paulo e tem disponibilidade hídrica de apenas 250 mil litros de água por habitante/ano.

As chuvas elevaram também o nível do Rio Mogi-Guaçu, importante pela forte presença da piracema - a subida dos peixes para reprodução próximo das nascentes.

Na Cachoeira das Emas, em Pirassununga, as águas voltaram a cobrir o paredão de uma usina e reativaram a escada de peixes que, durante a estiagem, estava seca.

Os peixes que estiveram ausentes na Festa da Piracema, realizado no dia 7 de dezembro, estavam de volta neste final de semana para a alegria dos turistas.

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