Brasil

Nível de represas de principal sistema de SP cai a 21,9%

Desconsiderando volume morto, que consiste em água abaixo do nível de captação, o nível do sistema seria atualmente de 3,4%


	Sistema Cantareira: sistema tem registrado baixa no nível de armazenamento há 33 dias consecutivos
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Sistema Cantareira: sistema tem registrado baixa no nível de armazenamento há 33 dias consecutivos (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 23 de junho de 2014 às 13h11.

São Paulo - O nível do Sistema Cantareira, principal conjunto de reservatórios de água da região metropolitana de São Paulo, recuou para 21,9 por cento nesta segunda-feira, segundo dados da companhia de saneamento e abastecimento do Estado, Sabesp.

O dado considera o uso da chamada "reserva técnica" ou "volume morto", água que está abaixo do nível de captação das comportas das represas e precisa ser bombeada para chegar às estações de tratamento. Desconsiderando esse volume, o nível do sistema seria atualmente de 3,4 por cento.

O sistema tem registrado baixa no nível de armazenamento há 33 dias consecutivos, numa média de redução diária de 0,1 ponto percentual. O Estado enfrenta a pior crise hídrica em 80 anos, diante de um início de ano com chuvas bem abaixo da média que não serviram para recuperar represas para temporada de estiagem do inverno, cujo pico ocorre entre julho e setembro.

Se o ritmo de redução do nível de água do Sistema Cantareira for mantido, o volume armazenado será esgotado entre final de janeiro e início de fevereiro do próximo ano.

A Sabesp tem calculado que o Sistema Cantareira poderá continuar fornecendo água à população até março, considerando expectativas de meteorologistas de retorno das chuvas a partir do final de setembro.

Segundo o grupo de usuários de água Consórcio PCJ, desde o início do ano choveu 300 milímetros a menos do que a média histórica do sistema e a vazão de água que entra no Cantareira foi 60 por cento menor que a média histórica para o período. O grupo inclui 30 grandes empresas, como a cervejaria Ambev.

Além dos cerca de 9 milhões de moradores da região metropolitana de São Paulo, o Sistema Cantareira abastece cidades do interior do Estado. Porém, a crise fez a Sabesp atender cerca de 2 milhões de pessoas desse universo com água de outros sistemas, como o Guarapiranga e Alto Tietê, que exibiam níveis de 73,2 e 27,4 por cento, respectivamente, nesta segunda-feira.

Além da transferência de água entre sistemas, a Sabesp implantou a partir de fevereiro medida de incentivo à economia pela população na forma de desconto nas contas. O programa foi ampliado nos meses seguintes e atualmente envolve cerca de 19 milhões de habitantes, nos 31 munícipios atendidos pela Sabesp na região metropolitana e 11 cidades da região Bragantina, no noroeste do Estado.

Segundo a empresa, atualmente 91 por cento da população reduziu consumo de água. Desse total, 54 por cento cortou o consumo médio em pelo menos 20 por cento, o suficiente para terem direito ao desconto de 30 por cento na conta.

A Sabesp afirmou que desde fevereiro a produção no Sistema Cantareira tem caído sem parar. Naquele mês, saíam 31.770 litros por segundo da Estação de Tratamento de Água Guaraú. Em março, a produção média diminuiu para 27.650 litros; em abril foram 25.200 litros e em maio, a média até o dia 13 foi de 23.180.

A redução no período foi de 8.590 litros por segundo. "Essa água é suficiente para abastecer 2,6 milhões de habitantes, uma cidade do porte de Fortaleza", afirmou a Sabesp, sem comentar se poderá implantar novas medidas para enfrentar a estiagem nos próximos meses.

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