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Nível da Cantareira cai a 16,4%, novo recorde negativo

Ainda assim, Sabesp nega a possibilidade de racionamento de água na região da Grande São Paulo

Serra da Cantareira: sistema é responsável pelo abastecimento de 8,8 milhões de clientes da Sabesp na Grande São Paulo (Bruno Dantas/Wikimedia Commons)

Serra da Cantareira: sistema é responsável pelo abastecimento de 8,8 milhões de clientes da Sabesp na Grande São Paulo (Bruno Dantas/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 28 de fevereiro de 2014 às 13h09.

São Paulo - O índice que mede o volume de água armazenado nos reservatórios do Sistema Cantareira registrou novo recorde negativo nesta sexta-feira, 28. O nível caiu para 16,4% da capacidade ante 16,6% reportado na quinta-feira, 27. Há uma semana, o índice era de 17,7%. O Sistema Cantareira é responsável pelo abastecimento de 8,8 milhões de clientes da Sabesp na Grande São Paulo.

Entretanto, a Sabesp nega a possibilidade da adoção de racionamento na Grande São Paulo. Em nota, a concessionária responde que no momento "não trabalha com nenhum tipo de restrição de consumo".

Para evitar um possível cenário de desabastecimento de água, a concessionária recebeu autorização do governo para explorar o volume morto do Sistema Cantareira, volume de água que fica abaixo do nível operacional de captação do fundo dos reservatórios.

Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, a Sabesp anunciou a compra de 20 bombas e o início das obras de infraestrutura necessária para utilização da reserva adicional de 400 milhões de metros cúbicos (m³).

De acordo com a concessionária, a compra das bombas custou R$ 80 milhões e a previsão é de que o início da captação da água do volume morto ocorra em 60 dias.

Segundo a presidente da Sabesp, Dilma Pena, as bombas serão instaladas nas represas Jaguari/Jacareí e Atibainha. "É importante a população saber que a Sabesp está tomando todas as medidas para garantir o abastecimento", afirmou.

Questionada sobre a possível adoção de um racionamento, a executiva afirmou que a concessionária está "fazendo todo o esforço para garantir o abastecimento de água".


Dilma classificou o atual momento como uma "crise hídrica", causada exclusivamente pela falta de chuvas. A pluviometria acumulada no mês sobre a região do Cantareira (na divisa entre São Paulo e Minas Gerais) corresponde a apenas 36% da média histórica para fevereiro. Em dezembro e janeiro, as chuvas também ficaram muito abaixo do esperado.

Cálculo do Consórcio PCJ (entidade que representa as demais cidades que dividem a outorga do Sistema Cantareira com a Sabesp) estima que seriam necessários 1000 milímetros (mm) de chuvas entre fevereiro e março para garantir que os reservatórios retornassem a um nível considerado seguro. Para março, a média de chuvas esperada é de 184,1 mm, segundo dados da própria Sabesp.

No relatório que o comitê anticrise instituído pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE), divulgou em 18 de fevereiro, a estimativa para o pior cenário de estiagem é que a água do nível operacional do sistema acabe no fim de agosto.

Mesmo no cenário mais positivo projetado pelo comitê, o índice do volume de água armazenado no Cantareira em novembro deste ano deve ser de 17%, nível que ainda é considerado crítico por técnicos do setor de saneamento.

No início do mês, a concessionária anunciou um programa de descontos de até 30% na tarifa dos clientes que reduzirem o consumo de água em 20%, benefício que será válido até agosto ou até a normalização do sistema.

Além disso, em janeiro, a Sabesp já havia transferido o abastecimento de 1,6 milhão de consumidores da zona leste da capital paulista para o Sistema Alto Tietê. A concessionária também chegou a fechar um contrato de R$ 4,5 milhões com uma empresa para indução de chuvas sobre o sistema.

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