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Níveis de reservatórios em São Paulo estão no menor nível desde a crise hídrica de 2015

Reservatórios da Grande São Paulo atingem o nível mais baixo desde a crise de 2014, e cria alerta para o uso racional da água

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 19 de agosto de 2025 às 12h36.

Última atualização em 19 de agosto de 2025 às 13h43.

Os reservatórios que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo estão atualmente operando com o nível mais baixo desde a crise hídrica vivida em 2014 e 2015, segundo a (Sabesp) Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo.

Com 41,1% de sua capacidade total, o conjunto de sistemas de abastecimento está em uma situação abaixo do ideal, embora ainda superior aos índices registrados na crise passada, quando os níveis chegaram a apenas 11,4%. A queda nos níveis apresenta um declínio desde 2023, quando a capacidade era de 72,5%. 

Em nota enviada à EXAME, a Sabesp reforça que não há risco de desabastecimento neste momento.

Ainda assim, a companhia enfatiza a importância do uso racional da água, e destaca que pequenas atitudes diárias da população são essenciais para garantir a disponibilidade do recurso para todos.

Cantareira: sistema de abastecimento em alerta

Entre os sistemas que abastecem a Grande São Paulo, o Cantareira, o maior complexo de reservatórios da região, apresenta atualmente 38,2% da sua capacidade total de armazenamento.

Esse índice reforça a queda do sistema, uma vez que o Cantareira responde por cerca de 60% do abastecimento da região metropolitana.

Ele capta e armazena água de mananciais distribuídos em diversas cidades do interior paulista, como Nazaré Paulista, Joanópolis e Mairiporã, e faz uma gestão equilibrada do recurso para atender a demanda urbana.

Durante a crise hídrica de 2014 e 2015, o Sistema Cantareira atingiu níveis críticos de armazenamento. Em novembro de 2014, por exemplo, o reservatório operava com cerca de 11% de sua capacidade, e no início de 2015 registrava níveis ainda mais baixos, próximos a 7,2%, considerando o volume total útil e a reserva técnica (volume morto).

Essa crise foi causada por um período prolongado de estiagem, com chuvas muito abaixo da média histórica, combinadas com temperaturas elevadas, que aumentaram o consumo e reduziram a reposição dos mananciais.

A queda nos volumes levou a Sabesp a utilizar o chamado “volume morto”, uma reserva de água normalmente inacessível, que fica abaixo do nível das comportas. Em 2014, o Cantareira precisava ativar duas cotas desse volume para evitar o colapso total do abastecimento. 

Leia a nota na íntegra:

A Sabesp informa que o Sistema Integrado Metropolitano (SIM) está operando com 39,9% (19/08), nível abaixo do habitual, reflexo do período de poucas chuvas.

O SIM é formado por sete mananciais interligados, o que garante maior segurança e flexibilidade no abastecimento da Grande São Paulo. Essa estrutura permite atender diferentes regiões a partir de mais de uma fonte, com o apoio de reservatórios importantes, como o Guarapiranga, que ajudam a equilibrar a distribuição.

Desde a crise hídrica, a Sabesp vem realizando obras e investimentos que ampliaram a robustez e a resiliência do sistema, como a interligação Jaguari–Atibainha, o Sistema São Lourenço e a transferência de água do rio Itapanhaú.

Não há risco de desabastecimento, mas o momento reforça a importância do uso consciente da água. Pequenas atitudes no dia a dia ajudam a garantir água para todos.

Atenciosamente, 

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