Lula e Marta: ex-prefeita volta ao partido após nove anos (YouTube /Reprodução)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 2 de fevereiro de 2024 às 21h35.
Última atualização em 2 de fevereiro de 2024 às 21h39.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou na noite desta sexta-feira, 2, que Marta Suplicy foi uma das melhores prefeitas de São Paulo e que ela saiu por não “aguentar os erros do partido”.
“Nunca na história de São Paulo - e falo isso na frente do Haddad, da Erundina - ninguém fez para o povo pobre de SP o que fez a Marta Suplicy na prefeitura", disse Lula durante ato de filiação de Marta, na Casa de Portugal, na zona central de São Paulo.
Lula disse que insistiu no retorno de Marta ao PT, mesmo com a resistência de alguns dirigentes do partido, e que ela é o Rivelino do PT, fazendo uma alusão à saída do craque do Corinthians para o Fluminense em 1975 após críticas por uma seca de títulos do time paulista.
“O Boulos, que é um jovem talento, precisa de alguém como a Marta, que tem a marca de uma boa gestão", disse.
O presidente assinou a filiação da ex-prefeita e ex-senadora, que volta ao partido após nove anos para ser candidata a vice de Guilherme Boulos (PSOL) na disputa pela prefeitura de São Paulo.
Quase 2.000 militantes, de acordo com a organização do evento, enfrentaram uma longa fila para entrar no salão principal do evento, com capacidade para 1.200 pessoas, segundo o site da Casa de Portugal. Outras dezenas de pessoas acompanharam o evento do lado de fora com bandeiras e camisetas vermelhas.
Em tom de bronca ao partido, Lula disse que o PT precisa avaliar melhor os nomes que serão candidatos nas eleições, e colocar os interesses do partido na frente de qualquer nome.
"A pergunta que faço é a seguinte: como um partido que tem 20% de preferência eleitoral só teve 5% de votos para vereadores? Alguma coisa está errada", disse.
Lula afirmou que é preciso entender também como o partido não governou mais São Paulo depois de três gestões progressistas, com Luiza Erundina, Fernando Haddad e a própria Marta.
“O partido precisa fazer alianças. Não adianta lançar candidato. Precisamos apoiar quem tem chances de vencer a eleição", reforçou.
Por fim, o presidente disse ainda que a militância precisa conversar com quem não vota no partido. “Precisamos ir na periferia e falar com as pessoas que foram enganadas pelo bolsonarismo”, disse.