Segundo Respício, entrada de empresas privadas ajudaria a integrar melhor o setor aéreo (Mário Rofrigues/VEJA São Paulo)
Da Redação
Publicado em 18 de abril de 2011 às 13h29.
São Paulo - Depois de uma década de crises aéreas e incontáveis alertas sobre a precariedade da infraestrutura dos aeroportos brasileiros, o governo continua sem a visão necessária para desenvolver o setor. Por esta razão, segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Estudos Estratégicos e Políticas Públicas em Transporte Aéreo (Cepta), Respício do Espírito Santo, a entrada de empresas privadas é importante e urgente.
“O governo não tem a visão de negócio necessária para administrar os aeroportos, então precisa trazer para perto quem tenha. O Brasil não aprendeu nem com o tratamento de choque que foi o caos aéreo de 2007. Falta vontade política para melhorar a gestão”, diz Respício.
Segundo ele, modelos de concessão e autorização à iniciativa privada ajudariam a integrar melhor todos os participantes da cadeia da aviação. Atualmente, na avaliação do especialista, há falhas de comunicação entre os membros.
“É preciso haver um administrador que auxilie a Infraero, a Polícia Federal, o setor de imigração”, diz Respício. Este “maestro”, como ele define, ajudaria a integrar os órgãos públicos presentes nos aeroportos às necessidades das empresas aéreas, harmonizando o funcionamento da máquina aeroportuária.
“Atualmente isto não acontece. Todo mundo hoje quer fazer o seu trabalho, sem ter, muitas vezes, noção do que acontece ao seu redor”, diz o presidente da Cepta.
Apesar de defender a entrada do setor privado na administração aeroportuária, Respício diz que é contra a privatização total, seja dos aeroportos, seja da empresa estatal que os administra, a Infraero. Ele admite, entretanto, que dividir a gestão entre governo e empresas privadas traria ao setor o benefício da concorrência entre os administradores, o que levaria à melhora nos serviços prestados.