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Negros que farão Enem se aproximam de proporção populacional

“[Essa parcela de brasileiros] representa, em média, 52% da população, então a inscrição no Enem, em que eles totalizam 54%, está muito próximo”, disse o ministro


	O ministro da Educação, Aloizio Mercadante: Mercadante lembrou que a Lei de Cotas, cuja regulamentação foi publicada há duas semanas, é uma política para os próximos dez anos
 (Elza Fiúza/ABr)

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante: Mercadante lembrou que a Lei de Cotas, cuja regulamentação foi publicada há duas semanas, é uma política para os próximos dez anos (Elza Fiúza/ABr)

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Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2012 às 14h11.

Brasília - O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse hoje (30) que o número de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2012 que se declararam pretos, pardos e indígenas, e portanto, são contemplados pela política de cotas, não surpreende por estar “bem próximo à sua presença relativa na população”. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC) responsável pelo exame, dos mais de 5,7 milhões de participantes da edição deste ano, 2,4 milhões se declararam pardos; 694 mil, pretos e 35 mil, indígenas.

“[Essa parcela de brasileiros] representa, em média, 52% da população, então a inscrição no Enem, em que eles totalizam 54%, está muito próximo”, disse o ministro. Segundo ele, um dado “que deveria surpreender” é que há dez anos apenas 4% dos negros, que são 51% da população, tinham curso superior. Hoje o índice está chegando a 19%.

“Temos que continuar trabalhando para que eles [os negros] tenham nas universidades o mesmo peso que têm na sociedade. O mesmo vale para os mais pobres. Há dez anos só 0,5% dos 20% mais pobres estava estudando ou tinha curso superior e hoje já aumentamos oito vezes, são 4,2%. Só que entre os 20% mais ricos são 47% com diploma superior. Esta é a origem da verdadeira desigualdade no Brasil: o acesso à educação”, disse, após participar da abertura de um seminário sobre os desafios da educação no Brasil, no Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), em Brasília.


Mercadante lembrou que a Lei de Cotas, cuja regulamentação foi publicada há duas semanas, é uma política para os próximos dez anos, com o objetivo de estimular o acesso desse grupo de brasileiros às melhores universidades do país. A nova lei obriga instituições federais de ensino superior a destinar progressivamente uma parte das vagas para estudantes que frequentaram todo o ensino médio em escolas públicas. O objetivo do governo é atingir o índice de 50% das vagas em quatro anos. A distribuição por raças é um dos recortes previstos na legislação. Os novos critérios terão de ser incluídos nas regras de seleção para universidades públicas por meio do Enem.

O ministro da Educação também comentou o fato de a maioria dos participantes do Enem 2012, que tem recorde de inscrições e participações confirmadas, ser composta por mulheres. As brasileiras respondem por 59% das inscrições, com 3,4 milhões, enquanto os homens somam 2,3 milhões (41%).

“Todos os dados mostram que as mulheres estão estudando cada vez mais e ocupando cargos cada vez mais importantes. Elas têm níveis de escolaridade maiores que os homens. Isso é muito forte no Brasil e também uma tendência mundial”, destacou.

Mercadante voltou a tranquilizar os candidatos reafirmando a segurança das provas, que segundo ele estão “muito bem guardadas”, e garantiu que “tudo está ocorrendo dentro do planejado”.


“Vamos percorrer mais de 400 mil quilômetros para que todas as provas estejam no dia do exame nas escolas onde têm que estar. Os alunos podem ficar tranquilos. Esperamos que não haja nenhum incidente”, ressaltou, acrescentando que o Enem 2012 conta com a participação de mais de 400 mil fiscais.

O ministro da Educação também demonstrou otimismo em relação aos novos critérios de avaliação das redações. A nota será composta pelo desempenho em cinco competências específicas, entre elas o conhecimento da norma culta padrão da língua escrita e a compreensão da proposta de redação. Além disso, cada texto será avaliado por dois professores de forma independente. Caso haja diferença superior a 80 pontos em qualquer competência ou maior que 200 pontos no total, a prova será reavaliada por um terceiro corretor. Persistindo as discrepâncias, uma banca avaliadora dará a nota final. A outra inovação é que os candidatos terão acesso às correções em um prazo que será informado após o processo de avaliação.

Mercadante destacou que os alunos devem conhecer previamente o caminho que farão para chegar aos locais das provas e ficar atentos ao horário de aplicação dos exames.

As provas do Enem serão realizadas em 1,6 mil municípios de todo o país no próximo fim de semana (3 e 4 de novembro). Os portões de acesso serão abertos às 12h e fechados às 13h. O MEC recomenda que todos os participantes compareçam ao local de realização das provas até as 12h, de acordo com o horário oficial de Brasília.

O Enem é composto por quatro provas objetivas, com 45 questões cada, e uma redação. No sábado serão aplicadas as avaliações de ciências humanas e suas tecnologias e ciências da natureza e suas tecnologias; e no domingo, as de linguagens, códigos e suas tecnologias, redação e matemática e suas tecnologias.

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