Repórter
Publicado em 4 de agosto de 2025 às 20h07.
O senador Flávio Bolsonaro (PL) repudiou a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que decretou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nesta segunda-feira, 4. A decisão foi tomada por Moraes após o político descumprir a medida cautelar que o impedia de utilizar as redes sociais.
Para o senador, não havia "nenhuma restrição" na postagem realizada em suas redes sociais com seu pai saudando apoiadores, via chamada de vídeo, nas manifestações de domingo e que a ação de Moraes é uma "vingança" pessoal.
“Como é que eu estou descumprindo uma decisão cautelar se nem faço parte do processo? Sou um parlamentar. Como não durou 15 segundos a fala dele, não vi problema nenhum. Assim como os advogados de Bolsonaro. Mas vai saber o que passa na cabeça de Alexandre de Moraes”, declarou o senador, em entrevista à CNN Brasil.
Flávio Bolsonaro removeu no domingo de suas redes sociais vídeo que motivou pedido de prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, nesta segunda, por orientação dos advogados de seu pai.
"É tudo o que ele queria. Se vingar do presidente Jair Bolsonaro", acrescentou. "É uma clara demonstração de vingança às sanções pela Lei Magnitsky e também um incômodo com a demonstração de afeto, confiança e carinho que foi dada ontem em todo o Brasil".
O senador também insistiu que Alexandre de Moraes não deveria fazer parte do STF e não estaria qualificado para julgar o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele também disse o mesmo de outros ministros do Supremo, como Cristiano Zanin e Flávio Dino.
Flávio Bolsonaro também argumentou que a responsabilidade das tarifas decretadas por Donald Trump contra o Brasil é da ação do juiz. “A partir do momento que ele começa a perseguir terceiros, como empresas americanas, ele traz os EUA para dentro do Brasil”, disse. “É uma grande maluquice isso tudo”.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou nesta segunda-feira, 4, a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A Polícia Federal também cumpriu um mandado de busca e apreensão na residência de Bolsonaro, onde foi apreendido seu celular.
Na decisão, Moraes argumentou que Bolsonaro tem descumprido de forma "reiterada as medidas cautelares" impostas a ele.
Segundo a determinação, Bolsonaro está proibido de receber visitas, exceto por seus advogados, e poderá manter contato apenas com pessoas previamente autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal. O ex-presidente também está impedido de usar celulares, direta ou indiretamente, inclusive por meio de terceiros. Um exemplo disso foi a chamada de vídeo realizada pelo senador Flávio Bolsonaro, ontem, durante a manifestação em Copacabana, no Rio de Janeiro.
O ministro também reiterou a proibição de Bolsonaro em manter contato com embaixadores ou se aproximar de embaixadas e autoridades estrangeiras, além de manter a restrição ao uso das redes sociais.
Moraes reforçou que o descumprimento das regras da prisão domiciliar ou de qualquer outra medida cautelar pode resultar na revogação dessas restrições e na decretação imediata da prisão preventiva, segundo o artigo 312, §1º, do Código de Processo Penal.