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Não vejo a PF ir à casa de Cunha, protesta secretário do PT

Durante a operação da PF na sede do PT em São Paulo, cerca de dez militantes protestaram em defesa do partido


	Sede do PT: durante a operação da PF na sede do PT em São Paulo, cerca de dez militantes protestaram em defesa do partido
 (Paulo Whitaker / Reuters)

Sede do PT: durante a operação da PF na sede do PT em São Paulo, cerca de dez militantes protestaram em defesa do partido (Paulo Whitaker / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 23 de junho de 2016 às 12h39.

São Paulo - Um grupo de cerca de dez militantes, comandado pelo secretário municipal de Comunicação do PT, João Bravin, realizou nesta quinta-feira, 23, uma manifestação em defesa da sigla em frente à sede do diretório nacional do Partido dos Trabalhadores, no centro da capital paulista.

Eles estenderam uma grande faixa, que ocupa metade do chão da rua, com uma foto do rosto do presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e os dizeres "Tchau, ladrão", uma resposta ao "Tchau, querida" usado contra Dilma Rousseff no processo de impeachment.

A faixa também provoca o presidente em exercício com o questionamento: "E o Temer?" - Michel Temer foi citado em delações da Lava Jato mas não é alvo, até o momento, de nenhum processo de investigação e Cunha tornou-se réu, ontem, pela segunda vez no STF, suspeito de lavagem de dinheiro e desvios no esquema de corrupção da Petrobras.

"Não vejo os companheiros da Polícia Federal irem na casa do Cunha, da mulher do Cunha, da filha do Cunha. Esse senhor aqui manda na República hoje golpista", disse Bravin, após estender a faixa no chão, enquanto andava de um lado a outro em frente à sede do PT.

"Onde está a Polícia Federal pra prender esse cidadão (Cunha) que manda na República, que faz marionete do Michel Temer?"

O secretário petista também citou integrantes do PSDB, como o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Fernando Capez, citado em investigações da Máfia da Merenda, e o ministro da Justiça, ex-secretário de Segurança da gestão Alckmin em São Paulo, Alexandre de Moraes. João Bravin acusou Moraes de servir a interesses do governo Temer ao autorizar a ação de hoje da Polícia Federal.

"Associem, ontem uma conversa do (Sergio) Moro (juiz da Lava Jato) com Alexandre de Moraes, o Cunha novamente como réu e na sequência uma ação dessa. Vejo como (tentativa) de desviar o foco, uma tentativa esdrúxula de garantir um governo golpista que não tem como se sustentar. A cada semana temos um ministro desse governo golpista saindo. É um absurdo essa perseguição seletiva ao PT", disse o petista a jornalistas, após sua manifestação.

"A ação de hoje é seletiva contra o nosso partido, a ação hoje contra o Paulo Bernardo, contra o ex-ministro Gabas e aqui na sede do PT é exatamente porque o PMDB está acuado. Michel Temer não tem governabilidade. Quem manda na República é Eduardo Cunha, esse cidadão réu no STF. É uma vergonha a gente ter a Polícia Federal se prestando a esse papel, a mando de Alexandre de Moraes ministro tucano que incorpora o governo golpista Temer", afirmou Bravin em tom exaltado, ao citar o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, que foi preso, e o ex-ministro Carlos Gabas, alvo de ação de busca e apreensão.

"Esse mesmo Alexandre de Moraes é o mesmo que está hoje na Justiça (ministério) e que foi secretário (de Segurança) de São Paulo. Como pode? A população desse País assistir isso. Uma ação dessa é uma ação contra a democracia, contra o estado de Direito, a liberdade de expressão", prosseguiu.

Ele destacou que PT, PCdoB e PSOL foram partidos a defender uma constituinte exclusiva para a reforma política enquanto outros partidos, como PSDB e PMDB não são investigados.

"Por que a polícia Federal invade a sede de um partido e só do PT?", questionou. Apesar da fala do petista, políticos tucanos, como Aécio Neves, presidente do partido, e caciques do PMDB, como Cunha, o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o senador Romero Jucá são investigados na operação.

A sede do PT é alvo de mandado de busca e apreensão na manhã desta sexta-feira, no âmbito da operação Custo Brasil - desdobramento da Lava Jato. Bravin afirmou que nem ele nem outros dirigentes do partido têm ainda informação sobre o que está sendo coletado no prédio.

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