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"Não tenho esse conhecimento", diz delator sobre Lula e propina

O delator deu a mesma resposta quando perguntado se Lula aceitou promessa de vantagem indevida

Paulo Roberto Costa: foi o depoimento 207 do delator desde que fechou acordo com a força-tarefa (Geraldo Magela/Agência Senado)

Paulo Roberto Costa: foi o depoimento 207 do delator desde que fechou acordo com a força-tarefa (Geraldo Magela/Agência Senado)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de novembro de 2016 às 13h49.

Curitiba e São Paulo - O engenheiro Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, cumpriu na quarta-feira, 23, mais uma etapa da sua jornada sem fim como delator da Operação Lava Jato.

Arrolado pelo Ministério Público Federal como testemunha de acusação do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, Costa foi à audiência na Justiça Federal em Curitiba, sob presidência do juiz Sérgio Moro, e disse a frase "não tenho esse conhecimento", quando questionado se Lula solicitou ou recebeu vantagem indevida em razão do cargo que possuía.

O delator deu a mesma resposta quando perguntado se Lula aceitou promessa de vantagem indevida em razão do cargo e se Costa tinha conhecimento que a OAS, por seus executivos Léo Pinheiro e Agenor de Medeiros, teria oferecido vantagem indevida em razão do cargo ao ex-presidente da República.

Foi o depoimento 207 do delator desde que fechou acordo com a força-tarefa e assumiu o compromisso de atender as chamadas de todas as frentes da Lava Jato.

Na ação penal em que Paulo Roberto Costa depôs, Lula é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do apartamento triplex. Os procuradores acusam o petista de ter recebido R$ 3,7 milhões em propinas da empreiteira OAS.

Ele falou da cota do PT na Diretoria de Serviços da estatal petrolífera. E da cota de outros partidos, como o PP e o PMDB, em áreas estratégicas da companhia. Falou ainda dos porcentuais de propinas sobre contratos.

Costa respondeu cinco perguntas em sequência de um dos advogados do ex-presidente Lula na parte final de seu depoimento. Os diálogos foram os seguintes:

Advogado: Tem conhecimento que o ex presidente Lula solicitou vantagem indevida em razão do cargo?

Paulo Roberto Costa: Não tenho esse conhecimento.

Advogado: Tem conhecimento que o ex-presidente Lula aceitou promessa de vantagem indevida em razão do cargo?

Paulo Roberto Costa: Não tenho esse conhecimento.

Advogado: Tem conhecimento que o ex-presidente recebeu vantagem indevida em razão do cargo?

Paulo Roberto Costa: Não tenho esse conhecimento.

Advogado: Tem conhecimento que a OAS, por seus executivos Léo Pinheiro e Agenor de Medeiros, teria oferecido vantagem indevida em razão do cargo ao ex-presidente Lula?

Paulo Roberto Costa: Não tenho esse conhecimento.

Advogado: Tem conhecimento que os executivos Léo Pinheiro e/ou Agenor Medeiros teriam prometido vantagem indevida em razão do cargo ao ex-presidente Lula?

Paulo Roberto Costa: Não tenho esse conhecimento

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