Michel Temer: o marido de Marta, o empresário Márcio Toledo, é amigo do vice-presidente (Antonio Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2014 às 12h50.
Brasília - Um dia depois de a ministra da Cultura, Marta Suplicy, pedir demissão do cargo em uma carta de tom incisivo, cobrando da presidente Dilma Rousseff o resgate da "confiança e credibilidade" na economia, o presidente da República em exercício, Michel Temer, disse nesta quarta-feira que não sabe "ainda" se a senadora licenciada por São Paulo pode se filiar ao PMDB.
Conforme informou nesta quarta-feira o jornal O Estado de S. Paulo, Dilma só soube da carta de Marta ao desembarcar em Doha, no Catar, onde parou antes de seguir para a Austrália, onde participa da reunião da Cúpula do G20.
Na manhã desta quarta, Dilma disse que conversou com Marta inclusive sobre o conteúdo da carta antes de embarcar.
Para assessores palacianos, a atitude de Marta foi vista como uma sinalização de que ela pode se desligar do PT para se filiar ao PMDB, caso a sigla não lhe permita disputar uma prévia com o atual prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, na definição do candidato petista que disputará as eleições municipais de 2016.
"Não sei ainda", disse Temer nesta quarta-feira, ao ser questionado se Marta poderia ir para o PMDB. O marido de Marta, o empresário Márcio Toledo, é amigo de Temer.
Na semana passada, após participar da cerimônia de entrega da Ordem do Mérito Cultural 2014, no Palácio do Planalto, a ministra já havia dito que ia voltar para o Senado.
"É um momento político importante, o meu Estado também necessita de uma senadora neste momento", disse Marta na ocasião.