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Não se conserta um país andando para trás, diz Lula em vídeo

Lula também reforçou o argumento de que Dilma não cometeu crime de responsabilidade e que, portanto, seu impeachment seria golpe


	Lula: "Brasil sabe que não existe solução fora da democracia, que não se conserta um país andando para trás", disse o ex-presidente
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Lula: "Brasil sabe que não existe solução fora da democracia, que não se conserta um país andando para trás", disse o ex-presidente (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 31 de março de 2016 às 18h24.

São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira, 31, que o brasileiro "não fecha os olhos" para os problemas do País, mas que também não aceita "andar para trás".

Mesmo sem citar o vice-presidente Michel Temer ou o PMDB diretamente, Lula segue na estratégia alinhada com o Planalto de evidenciar o suposto risco de regressão de direitos sociais em eventual governo Temer.

Lula também reforçou o argumento petista de que Dilma não cometeu crime de responsabilidade e que, portanto, seu impeachment seria golpe.

"A sociedade brasileira sabe o quanto custou recuperar a liberdade e a legalidade, quanta luta, quanto sacrifício, quantos mártires. E nessas três décadas de vida democrática, aprendemos que um grande pais se constrói caminhando sempre adiante, consolidando e conquistando novos direitos coletivos e individuais", afirmou Lula no vídeo postado nesta tarde nas redes sociais.

"O povo brasileiro não fecha os olhos para os problemas, nem se conforma com o que está errado e precisa ser corrigido, mas o Brasil sabe que não existe solução fora da democracia, que não se conserta um País andando para trás, que não há poder legítimo se a fonte não for o voto popular", continuou.

O PMDB comandado por Temer apresentou, ainda no ano passado, o programa do partido chamado "Uma ponte para o futuro". De teor liberal, o texto é considerado um plano para a possível gestão Temer, se o impeachment vingar.

O plano traz propostas como reduzir o tamanho do Estado, desburocratizar licenciamentos ambientais, ampliar o espaço de atuação da iniciativa privada e, o que gera mais polêmica com centrais sindicais e movimentos sociais, uma 'flexibilização' de regras trabalhistas, dando mais poder de negociação direta entre patrões e empregados ou entidades de classe e menos à legislação.

Centrais veem a proposta como um perigoso enfraquecimento da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

"O povo brasileiro está mostrando o quanto valoriza a democracia e se manifesta em defesa da Constituição, do Estado de direito e das conquistas sociais", frisa Lula no vídeo.

O ex-presidente petista saúda o movimento de manifestações "pela democracia" que acontecem hoje pelo País.

"Eu tenho certeza que essa energia nova, que vem do coração do Brasil, vai dar o impulso necessário para o País vencer a crise e retomar o caminho do desenvolvimento. Viva a liberdade, viva a democracia", diz no encerramento da gravação.

Lula era esperado para participar do ato 'contra o golpe' em Brasília, em passeata que vai do estádio Mané Garrincha à Esplanada dos Ministérios.

Sua presença chegou a ser confirmada ontem pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), ao lado do presidente da central, Vagner Freitas, na capital federal.

Lula desistiu de participar pessoalmente do ato em Brasília nesta quinta, postou o vídeo e veio para São Paulo. Sua assessoria não informou o motivo da decisão de não participar da manifestação.

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