Lula (Adriano Machado/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 20 de novembro de 2019 às 12h52.
Última atualização em 20 de novembro de 2019 às 13h05.
São Paulo — O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (20) respeitar "o resultado das urnas" em relação às eleições presidenciais de 2018, mas fez uma ressalva: "acho que o PT devia ter brigado mais".
"Sou um cara que já perdeu muitas eleições, e quando eu perco, respeito o resultado. Mas acho que o PT deveria ter protestado mais na vitória do Bolsonaro, que foi ilícita, foi um roubo aquela indústria das fake news", afirmou o ex-presidente, que está solto desde o dia 8 de novembro, depois de cumprir ficar preso por 580 dias na sede da Polícia Federal em Curitiba. As afirmações foram feitas em entrevista ao blog Nocaute.
Segundo Lula, cabe ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) governar, já que "ele não cometeu crime de responsabilidade ainda provado". "Mas não me peçam paciência com Bolsonaro, Moro ou Dallagnol".
"Quero recuperar o respeito que eu ganhei na sociedade brasileira durante a minha vida", disse petista, se referindo também ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, e ao coordenador da Lava Jato em Curitiba, o procurador Deltan Dallagnol.
Lula também disse que seu maior desejo é que os processos aos quais responde sejam anulados pela Justiça.
O petista voltou a antagonizar Moro, e disse querer punição ao ex-juiz no caso de ficar provado que Moro "fez sacanagem". As declarações de Lula foram dadas em uma entrevista ao blog Nocaute.
Lula chamou Moro de "juiz de má-fé" e "mal-caráter", e desejou que "ele seja punido em defesa da Constituição".
O ex-presidente também criticou o procurador federal Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato em Curitiba, a quem chamou de "moleque irresponsável e desaforado".
Lula disse esperar que Dallagnol e Moro "sejam punidos pelas instituições que eu ajudei a criar".