Brasil

Doria defende fala de general: "Não foi ameaça, foi alerta"

Doria afirmou que o militar é um democrata que usou palavras de "equilíbrio e serenidade"

João Doria: "Que o STF cumpra seu dever e atenda à expectativa da população, mas cumpra também seu dever constitucional" (Paulo Whitaker/Reuters)

João Doria: "Que o STF cumpra seu dever e atenda à expectativa da população, mas cumpra também seu dever constitucional" (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de abril de 2018 às 16h23.

Última atualização em 4 de abril de 2018 às 16h32.

São Paulo - O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), saiu em defesa nesta quarta-feira, 4, do comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas.

Para o tucano, a declaração de Villas Bôas não se configura ameaça, mas "um alerta de que é preciso respeitar a Constituição". Doria afirmou que o militar é um democrata que usou palavras de "equilíbrio e serenidade".

Villas Bôas usou o Twitter nesta terça-feira, 3, para declarar que o "Exército brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia". O general afirmou que o Exército "se mantém atento às suas missões institucionais".

"As palavras que ele (Villas Bôas) postou no seu Twitter são de equilíbrio e serenidade, (são) de alerta de que é preciso respeitar a Constituição do País e respeitar a institucionalidade. Não houve ali nenhuma ameaça, nenhum sentimento que possa amedrontar ou emparedar juízes, ou mesmo colocar em dúvida a posição das Forças Armadas do País", afirmou Doria na manhã desta quarta.

Na opinião do tucano, o comandante do Exército "é um democrata e defensor da Constituição", além de ser "um homem sensato, equilibrado e de bem".

O general não citou nomes em sua mensagem, e questionou. "Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?"

Após a forte repercussão da sua manifestação pelas redes sociais, o general deixou claro que a sua fala "expressa a posição do Alto Comando do Exército". Ele também fez a ressalva de que essa fala é "exclusivamente a da força".

"Que o STF cumpra seu dever"

Doria disse ainda que aguarda uma decisão favorável do Supremo Tribunal Federal (STF) à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O tucano defendeu a prisão de Lula, afirmando que o STF deve "cumprir o seu dever constitucional". Para Doria, "é o que a nação de bem espera". Na tarde desta quarta, o STF retomou a votação do habeas corpus preventivo de Lula. A análise é decisiva para o futuro político do ex-presidente.

"Que o STF cumpra seu dever e atenda à expectativa da população, mas cumpra também seu dever constitucional. O dever constitucional, neste caso, prevê votar não apenas com a lei e a constituição, mas que a prisão de Lula seja configurada. É isso que a nação de bem espera do seu mais alto tribunal. É isto que temos por expectativa nesta tarde", afirmou Doria.

Condenado a 12 anos e um mês de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) no caso triplex do Guarujá, o petista já teve seus recursos negados na segunda instância da Justiça Federal e também não teve sucesso no habeas corpus enviado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Atualmente, a liberdade do ex-presidente é garantida por um salvo-conduto concedido por ministros do Supremo.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoEleições 2018ExércitoJoão Doria JúniorJustiçaLuiz Inácio Lula da SilvaOperação Lava JatoPT – Partido dos TrabalhadoresSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

X cumpre ordem de Moraes e indica ao STF novo representante legal no Brasil

Quando é o próximo debate para prefeito de SP? Veja data, horário e como assistir ao vivo

Toffoli recebe alta médica e fará recuperação em casa

MEC prepara projeto para banir uso de celulares nas escolas a partir de outubro