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Não há prova de que lama na Bahia seja de MG, diz Samarco

A Samarco alega que não há comprovação de que o material observado na região de Abrolhos seja do rompimento da barragem


	Barragem se rompeu no distrito de Bento Rodrigues, em Minas Gerais: a Samarco informou que a empresa tem acompanhado o comportamento da pluma de turbidez que chegou ao oceano
 (Divulgação / Corpo de Bombeiros)

Barragem se rompeu no distrito de Bento Rodrigues, em Minas Gerais: a Samarco informou que a empresa tem acompanhado o comportamento da pluma de turbidez que chegou ao oceano (Divulgação / Corpo de Bombeiros)

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Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2016 às 21h37.

Um dia após o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) divulgar a identificação de uma mancha de sedimentos na região do Arquipélago de Abrolhos, no sul da Bahia, a Samarco, empresa responsável pelo rompimento de uma barragem de mineração em Mariana (MG), alega que não há qualquer comprovação técnica de que o material observado na região de Abrolhos seja proveniente do acidente na Barragem de Fundão. 

Em nota, a Samarco informou que a empresa tem acompanhado o comportamento da pluma de turbidez que chegou ao oceano, mobilizou equipes e coletou amostras que serão avaliadas em laboratório.

“Dados sobre a direção de ventos e intensidade de marés registrados nos últimos dias apontam para uma probabilidade muito baixa de deslocamento da pluma de turbidez do litoral de Linhares até o Arquipélago de Abrolhos.” diz a nota.

A barragem se rompeu no dia 5 de novembro do ano passado.

Segundo a empresa, existem outros fatores que podem ter influenciado a movimentação de sedimentos na região costeira do Espírito Santo e sul da Bahia.

“[Houve] o registro de fenômenos climáticos que ocasionaram, nos últimos dias, a formação de ondas no litoral entre 1,5m e 2,5m que provocaram ressuspensão natural de sedimentos outros que não têm relação com o ocorrido na Barragem de Fundão”, diz a nota.

Os técnicos do Ibama que sobrevoaram a área discordam da avaliação da empresa. Segundo a presidente do instituto, Marilene Ramos, os especialistas avaliam que a mancha não é compatível com o que costuma aparecer na região.

A coleta das primeiras amostras foi feita ontem (7) e os resultados devem sair em até dez dias.

Segundo o Ibama, a pluma tem uma parte com grande concentração de sedimentos que ocupa cerca de 392 quilômetros quadrados, e uma parte mais diluída que ocupa 6.197 quilômetros quadrados.

Nessa semana, fenômenos climáticos no Oceano Atlântico levaram a mudanças de correntes marítimas que causaram a movimentação da pluma de sedimentos, que estava concentrada próxima à foz do Rio Doce, no município de Linhares (ES).

A pluma de turbidez chegou até a areia das praias da região, o que levou a Secretaria de Meio Ambiente do município a interditar a orla para banho desde ontem.

Impacto

Avaliado por especialistas como o maior desastre ambiental da história do Brasil, o derramamento de 32 milhões de metros cúbicos de lama de rejeitos de mineração no Rio Doce continua causando impactos.

Segundo o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Claudio Maretti, os estragos decorrentes da tragédia são grandes, ainda estão acontecendo e grande parte impacto só poderá ser percebida a médio e longo prazo.

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