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Não há omissão ao garantir segurança dos tenharim, diz Funai

Em 28 de dezembro, Justiça concedeu liminar determinando que tanto entidade quanto União elaborassem plano para garantir integridade física dos indígenas


	Índios na sede da Funai: fundação diz que já foi feito translado de volta às aldeias dos 140 índios que estavam abrigados no 54º Batalhão de Infantaria de Selva de Humaitá
 (AFP)

Índios na sede da Funai: fundação diz que já foi feito translado de volta às aldeias dos 140 índios que estavam abrigados no 54º Batalhão de Infantaria de Selva de Humaitá (AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2014 às 18h50.

Brasília – A Fundação Nacional do Índio (Funai) diz que não há omissão na garantia de segurança aos índios da etnia Tenharim, na região de Humaitá, sul do Amazonas. No dia 28 de dezembro, a Justiça Federal concedeu liminar determinando que tanto a entidade quanto a União elaborassem um plano para garantir a integridade física dos indígenas.

A Justiça determinou ainda envio de cópia do processo à Organização dos Estados Americanos (OEA), para avaliação de possível violação de direitos. A Funai chegou a pedir reconsideração da decisão, mas esta foi mantida. Em nota divulgada hoje (8), a autarquia infoma que tem atuado para manter a segurança, mas que seu trabalho é de mediação.

“É necessário esclarecer que, neste momento, cabe à Funai atuar como mediadora no diálogo entre os indígenas e as forças de segurança, sendo de responsabilidade da polícia a investigação das denúncias e crimes ocorridos. Neste sentido, a presidência da fundação encaminhou servidores para o município de Humaitá, com o objetivo de reforçar as equipes para colaborar nos trabalhos”, destaca o comunicado.

A fundação diz ainda que já foi feito o translado de volta às aldeias dos 140 índios que estavam abrigados no 54º Batalhão de Infantaria de Selva de Humaitá, uma outra determinação da liminar, com a escolta de forças de segurança, com as quais mantém “constante articulação”.

A Funai declarou ainda que está em contato com a Secretaria Especial de Saúde Indígena, vinculada ao Ministério da Saúde, e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para o envio de medicamentos e cestas básicas aos índios. De acordo com o órgão, pelo menos a entrega dos alimentos ocorrerá ainda esta semana, pois a Conab tem estoques disponíveis e o envio depende apenas de logística. A Funai também diz ter iniciado um processo paralelo de aquisição emergencial de comida, para atender à demanda da região.

A Agência Brasil também entrou em contato com o Ministério da Saúde, para saber que providências a Secretaria Especial de Saúde Indígena está tomando para garantir atendimento e medicamentos ao povo Tenharim.

O órgão respondeu, por meio de nota, que “o Ministério da Saúde tem equipe multidisciplinar […] pronta para prestar atendimento ao povo indígena Tenharim. Tão logo seja possível prestar o atendimento em segurança, o serviço de saúde será totalmente restabelecido”.

Ontem (7), a 1ª Vara da Seção Judiciária do Amazonas da Justiça Federal informou que o envio do processo relativo ao povo Tenharim à OEA seria imediato e deveria ocorrer até o fim da semana. Nesta quarta-feira, a 1ª Vara informou que, pelo fato de a ação ter sido iniciada quando a Justiça estava em regime de plantão, as partes devem ser intimadas novamente e terão prazo de 15 dias para contestação.

Somente após a Funai e a União se defenderem é que ocorrerá o encaminhamento. A Advocacia Geral da União (AGU) declarou ontem ter comunicado à Justiça, após a expedição da liminar, as providências tomadas para garantir a segurança dos indígenas.

O clima entre os índios tenharim e a população de Humaitá é tenso devido ao desaparecimento de três homens, vistos pela última vez no dia 16 de dezembro, quando passavam de carro no quilômetro 85 da Rodovia Transamazônica. Moradores acusam os indíos de terem sequestrado os homens em represália à morte do cacique Ivan Tenharim. A polícia instaurou inquérito para apurar os desaparecimentos.

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