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Para Temer, relatório da PF não é "questão política"

A chegada de Temer na Rússia acontece um dia depois da PF apontar indícios de crime de corrupção passiva cometido por ele e por Rodrigo Rocha Loures

Michel Temer: o presidente afirmou que faz um governo "semi-parlamentarista" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Michel Temer: o presidente afirmou que faz um governo "semi-parlamentarista" (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de junho de 2017 às 17h21.

Última atualização em 20 de junho de 2017 às 18h24.

Moscou - O presidente Michel Temer não quis comentar, nesta terça-feira, 20, em Moscou, a informação de que a Polícia Federal teria encontrado indícios de corrupção envolvendo seu nome.

"Isso não é uma questão política, é uma questão jurídica. E eu não faço juízo jurídico", disse ele.

A chegada de Temer na Rússia acontece um dia depois de a Polícia Federal apontar indícios de crime de corrupção passiva cometido por ele e por seu ex-assessor e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) no inquérito aberto com base na delação do empresário Joesley Batista, do Grupo J&F - controlador da JBS.

A decisão de manter a viagem, em meio à crise política, é uma tentativa de passar uma mensagem de normalidade dentro do governo.

Temer tem uma agenda de quatro dias na Rússia e na Noruega, onde deve tratar sobre comércio, investimentos e cooperação.

Enquanto na primeira parada a agenda será eminentemente econômica, na segunda ele deverá ouvir críticas a medidas aprovadas pelo Congresso Nacional que reduzem as áreas de preservação ambiental.

Durante encontro bilateral com o presidente da Câmara dos Deputados russa, Vyacheslav Volodin, Temer afirmou que faz um governo "semi-parlamentarista", mesmo que o Brasil seja presidencialista.

"A importância do poder Legislativo se reflete na composição que eu fiz do poder Executivo. Cerca de 90% dos ministros que estão me ajudando a governar vieram do poder Legislativo, são deputados e senadores", disse o presidente.

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