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Não é obrigatório vacinar 100% da população para conter a covid, diz Saúde

Secretário executivo do Ministério da Saúde afirmou que técnicos estão identificando os grupos prioritários, que serão vacinados contra a covid-19

Ministério da Saúde: vacina contra o novo coronavírus será oferecido pelo SUS (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

Ministério da Saúde: vacina contra o novo coronavírus será oferecido pelo SUS (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

Isabela Rovaroto

Isabela Rovaroto

Publicado em 9 de outubro de 2020 às 21h31.

Última atualização em 9 de outubro de 2020 às 21h44.

O secretário executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, disse em entrevista coletiva nesta sexta-feira, 9, que não há obrigatoriedade de se vacinar toda a população brasileira para conter a covid-19 quando o imunizante estiver disponível no país.

"Para se conter uma doença, não é obrigatório que se haja a vacinação de 100% da população. Cito como exemplo a vacina de Influenza, quando adquirimos anualmente 90 milhões de doses e realizamos a cobertura vacinal dos grupos de risco. Esses grupos (para a vacina da covid-19) estão sendo definidos por uma câmara técnica, com a comunidade científica, com os técnicos, que estão identificando os grupos prioritários que serão vacinados. Dessa forma, estaremos oferecendo segurança para a população, a vacina é para todos. Todos os estados brasileiros, o Distrito Federal e vai chegar a todos os nossos municípios", afirmou.

Ele ainda destacou que a vacina será disponibilizada no Programa Nacional de Imunizações dentro dos princípios que regem o Sistema Único de Saúde (SUS): integralidade, equidade e universalidade.

O secretário também falou que a pasta está em contato com vários desenvolvedores de possíveis vacinas para ter acesso ao primeiro imunizante disponível.

"Permanecemos em contatos bilaterais não só com o Instituto Butantan, como também com outros institutos nacionais que buscam parcerias com laboratórios internacionais. Buscamos abrir oportunidades para termos acesso quanto antes a uma vacina segura e eficaz. A vacina que ficar pronta primeiro com certeza será uma opção para adquirirmos, contratualizarmos, de acordo com a legislação brasileira". Ele reforçou, no entanto, que a aprovação de qualquer uma das vacinas depende da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Nesta sexta, o governador de São Paulo, João Doria, disse que tem um "plano B" para a disponibilização nacional de doses da Coronavac, caso não receba aporte financeiro do Ministério da Saúde para a distribuição do imunizante, que está em fase de testes em voluntários e é uma parceria do Instituto Butantan com a chinesa Sinovac.

Doria confirmou que tem recebido a visita de deputados, senadores e governadores de outros estados, que já estariam interessados em adquirir a vacina. Ele afirmou ainda que terá uma reunião "definitiva" com representantes do Ministério da Saúde para decidir se a pasta irá adquirir ou não as doses da vacina e a subsequente distribuição pelo SUS.

País receberá 140 milhões de doses da vacina contra o coronavírus

Na quinta-feira, 8, o Ministério da Saúde anunciou que o país deverá contar com 140 milhões de doses da vacina contra o coronavírus até o primeiro semestre do ano que vem.

Por meio do programa Covax Facility, da Organização Mundial da Saúde, serão recebidas cerca de 40 milhões de doses para 10% da população, o que equivale a cerca de 20 milhões de pessoas — em caso de vacinas que necessitem de duas doses. As outras 100 milhões virão do acordo com o laboratório AstraZeneca, que desenvolve o imunizante em parceria com a Universidade de Oxford.

O governo federal reforçou que a previsão de começar a imunizar a população continua para o primeiro trimestre de 2021, considerando os prognósticos, acompanhamento e escala produtiva que está se desenhando, mas lembrou que "existe uma possibilidade de atraso". O plano de estratégia de vacinação está em estudo e deve ser divulgado entre novembro e dezembro.

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