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"Não dá para engavetar a discussão", diz relator do fim do foro

Efraim Filho defende o fim do foro para todas as autoridades que têm a prerrogativa hoje no país, com exceção dos presidentes de Poderes

Efraim Filho: o deputado defende que a PEC seja prioridade da pauta da Casa (Facebook/Divulgação)

Efraim Filho: o deputado defende que a PEC seja prioridade da pauta da Casa (Facebook/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de junho de 2017 às 21h50.

Última atualização em 1 de junho de 2017 às 21h59.

Relator das propostas em trâmite na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara que tratam da extinção do foro privilegiado, o líder da bancada do DEM, Efraim Filho (PB), disse nesta quinta-feira, 1, contar com a celeridade da apreciação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) aprovada no Senado.

Os senadores concluíram nesta quarta-feira, 31, a votação, em segundo turno, da proposta que extingue o foro especial por prerrogativa de função nos casos de crimes comuns para todas as autoridades - com exceção dos chefes dos Três Poderes.

"Não dá para engavetar essa discussão", disse o deputado. Ele apontou que a PEC é uma cobrança da sociedade e que o Parlamento não pode fazer papel de "cego ou surdo". Por isso, disse, defende que a PEC seja prioridade da pauta da Casa.

Efraim afirmou que já tem parecer prévio sobre as PECs que serão apensadas ao texto que vem do Senado. A CCJ vai analisar apenas a admissibilidade da PEC e, aprovada no colegiado, será criada uma comissão especial para debater o mérito do tema.

Pessoalmente, o deputado defende o fim do foro para todas as autoridades que têm a prerrogativa hoje no país, com exceção dos presidentes de Poderes.

"Aquilo que era para ser uma exceção, virou uma regra. É um resquício aristocrático que existe na Constituição, arcaico, obsoleto, e que precisa ser modernizado com o que pensa a sociedade", emendou. O relator ressaltou que a proposta atende ao preceito de que "todos são iguais perante a lei".

Bastidores

Líderes partidários na Casa, no entanto, dizem que a prioridade da agenda é a aprovação das reformas da Previdência e política, o que jogaria a votação do fim do foro para o segundo semestre do ano, na melhor das hipóteses.

"Temos tantas coisas para votar antes", justificou o vice-líder do governo na Casa, Darcísio Perondi (PMDB-RS).

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não mostrou disposição para priorizar a matéria e disse que a PEC terá tramitação normal na Casa.

"Respeito as regras do jogo apenas. Não tenho como não cumprir", respondeu.

Autor de uma PEC que propõe o fim do foro, o deputado Marcos Rogério (DEM-RO) disse que repensou sua posição e hoje é contra a medida.

O deputado alega que o fim do foro vai privilegiar quem quer ganhar tempo nas ações judiciais, uma vez que o processo começará na primeira instância e levará anos para chegar na Corte Suprema.

"A solução não está no fim do foro, está em criar um julgamento célere", comentou.

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