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‘Na vida a gente paga pelos erros’, diz ex-presidente Lula

"O PT tem um milhão e não sei quantos mil filiados. É evidente que em uma família deste tamanho existe o risco de alguns companheiros terem cometido erros"


	Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: "Vai ver ele (Haddad) está vindo a 50 km por hora. Ou então de bicicleta", disse, em referência à redução da velocidades nas vias da cidade e às ciclovias
 (Nacho Doce/Reuters)

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: "Vai ver ele (Haddad) está vindo a 50 km por hora. Ou então de bicicleta", disse, em referência à redução da velocidades nas vias da cidade e às ciclovias (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2015 às 16h24.

São Paulo - No dia em que a Polícia Federal indiciou o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto por envolvimento no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu que alguns petistas cometeram "erros" e disse que "na vida a gente paga pelo erro".

Segundo Lula, no entanto, as falhas cometidas pelos companheiros não podem contaminar todo o partido.

"O PT tem um milhão e não sei quantos mil filiados. É evidente que em uma família deste tamanho existe o risco de alguns companheiros terem cometido erros. Na vida, quando a gente comete erro a gente paga pelo erro. Temos defeitos, mas ninguém fez mais do que nós fizemos por este país", disse Lula, na terça-feira, 1, na cerimônia de lançamento do Memorial da Democracia, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo.

Protestos

O ex-presidente classificou o momento atual como "delicadíssimo". Para ele, as manifestações contra o PT e o governo Dilma Rousseff mostram uma "irracionalidade emocional da sociedade".

Lula, porém, separou os manifestantes em dois tipos e disse que o partido não pode reclamar de quem vai às ruas cobrar melhorias.

"A única coisa é que temos que medir as consequências, se estamos fazendo aquilo que nós nos propusemos a fazer. E a gente tem que medir a pressão para saber por que eles estão se manifestando", disse.

A frase foi interpretada como um recado a Dilma. O outro tipo de manifestante, segundo Lula, é aquele que sai de casa para pedir a volta dos militares ao poder, o fim das cotas nas universidades públicas e outros "retrocessos". Para Lula, contra esse tipo de ato o PT tem de "pelejar".

Lula ainda fez um ataque indireto ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Tem presidente que fez reunião enquanto era presidente com empresário para arrecadação. A imprensa finge que não ouve", disse o petista em referência ao fato de FHC ter reunido empresários no Alvorada, no fim de seu mandato, para colher contribuições para o Instituto FHC.

Lula tem sido alvo de ataques após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) enviou a investigadores da Operação Lava Jato informações sobre doações de empreiteiras investigadas ao seu instituto.

À vontade no sindicato que foi seu berço político, Lula fez piada com o prefeito Fernando Haddad, que era aguardado, mas não apareceu.

"Vai ver ele (Haddad) está vindo a 50 km por hora. Ou então de bicicleta", disse, em referência à redução da velocidades nas vias da cidade e às ciclovias - duas marcas da gestão do prefeito. As informações são do jornal o Estado de S. Paulo.

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