Viúva de Eduardo Campos, Renata Campos (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 22 de setembro de 2014 às 20h55.
Recife - A viúva do ex-candidato à Presidência da República e ex-governador Eduardo Campos, Renata Campos, estreia na noite desta segunda-feira, 22, às 20h30, no programa eleitoral do PSB.
"Eu confio em Paulo Câmara", "Eu confio em Fernando Bezerra Coelho", vai dizer ela, legitimando os candidatos socialistas ao governo de Pernambuco e ao Senado, escolhidos por Campos, morto em um acidente aéreo no dia 13 de agosto em Santos (SP).
Parceira do projeto político de Campos e sua principal consultora, Renata, que até agora vinha mantendo uma atuação discreta e de bastidor na campanha, vai aparecer pedindo votos para os socialistas nesta reta final da campanha, reforçando a disposição do eleitorado em manter o legado e os ideais do político.
Ela vai dizer aos pernambucanos que o ex-secretário estadual da Fazenda, Paulo Câmara, é a garantia dos avanços conquistados no Estado.
"Ninguém faz nada sozinho e Paulo sabe juntar uma equipe", depôs ela, que também destacou a "responsabilidade política" de continuar o projeto com o qual Câmara tem total envolvimento e afinidade.
Foram duas horas e meia de gravação, realizadas neste sábado, 20, na varanda e na sala da sua casa, no Bairro de Dois Irmãos, onde sempre viveu com o marido, e continua morando com os cinco filhos.
Ela gravou sozinha, falando de forma espontânea e também estimulada por perguntas da equipe.
Cerca de meia hora de material editado vai alimentar os programas de televisão e também as redes sociais até o final da campanha. No vídeo, seu depoimento será divulgado pela apresentadora, a atriz pernambucana Hermila Guedes, em formato de entrevista.
Escolha pessoal de Campos, Câmara era desconhecido do eleitorado e aparecia em franca desvantagem no início da campanha. Com a tragédia, que matou outras seis pessoas, ele subiu nas pesquisas e ultrapassou o adversário, Armando Monteiro Neto (PTB), aliado do PT.
O feito tem sido creditado à comoção que a morte do político provocou no eleitorado pernambucano e no uso da sua imagem pela campanha socialista.
Também sob a tutela de Renata, os filhos João, de 20 anos, e Pedro Campos, de 18, deixaram os eventos fechados para se incorporarem à campanha de rua no início deste mês.
João, que só não se candidatou a deputado porque a mãe não permitiu - ela considerou que os estudos são prioridade no momento - tem discursado em caminhadas, defendendo o legado do pai.
O único pronunciamento público de Renata Campos, desde a tragédia que matou Campos e mais seis pessoas, havia sido em um evento no Recife que reuniu a direção nacional do partido com os candidatos majoritários à Presidência - Marina Silva e Beto Albuquerque - e ao governo de Pernambuco, no dia 18 de agosto, dia seguinte ao enterro.
Na ocasião, ela leu um pequeno texto no celular, ao lado dos filhos. Disse ter a sensação de que teria de "trabalhar por dois" e deixou clara a prioridade de eleger Paulo Câmara governador de Pernambuco e Fernando Bezerra Coelho, senador.