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Na pandemia, moradores das maiores favelas mudam hábitos de saúde

Realizada em junho, a pesquisa ouviu 435 pessoas em comunidades dos municípios de Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife, Fortaleza, São Luís e Belém

Além da procura por medicamentos, a população das maiores favelas do Brasil passou a procurar mais os postos de saúde públicos durante a pandemia (Victor Moriyama/Getty Images)

Além da procura por medicamentos, a população das maiores favelas do Brasil passou a procurar mais os postos de saúde públicos durante a pandemia (Victor Moriyama/Getty Images)

AM

André Martins

Publicado em 7 de julho de 2021 às 09h00.

Última atualização em 7 de julho de 2021 às 22h21.

A pandemia do novo coronavírus mudou os hábitos de cuidado da saúde dos moradores das favelas com maior potencial econômico do Brasil. Segundo pesquisa realizada pelo Outdoor Social, instituto de pesquisas especializado na classe C, 60% do entrevistados mudaram a forma de compra e consumir medicamentos.

Realizada em junho, a pesquisa ouviu 435 pessoas em comunidades dos municípios de Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife, Fortaleza, São Luís e Belém.

O levantamento apontou que 51% dos entrevistados passaram a consumir vitaminas como forma de suplementação para fortalecer o sistema imunológico. 13,3% afirmaram que passaram a fazer estoque de remédios em casa e 6,1% afirmam ter comprado medicamentos sem comprovados cientificamente para prevenir a covid-19. Apenas 39,4% dos entrevistados afirmam que não mudaram em nada seus hábitos de consumo de medicamentos.

"Saber que mais da metade dos entrevistados estão consumindo complemento vitamínico mostra o quanto a saúde também é priorizada pelas pessoas da comunidade”, disse Emilia Rabello, fundadora do Outdoor Social.

Além da procura por medicamentos, a população das maiores favelas do Brasil passou a procurar mais os postos de saúde públicos durante a pandemia. Em casos de problemas de saúde, 70% dos entrevistados afirmam que recorrem ao posto, enquanto 8,4% vão ao médico do plano de saúde e 17% buscam o atendimento das farmácias para solucionar o problema.

Vacinação

A pesquisa revelou que 59% das pessoas que moram nas favelas do G10 não foram vacinadas. Entre os que foram, 15,5% possuem as duas doses e 25,5%, apenas a primeira. O número está próximo da realidade de todo o país.

Em todo o Brasil, 13,13% da população brasileira receberam a segunda dose da vacina e 37,06% tomaram a primeira dose, segundo dados compilados pelo consórcio de imprensa que reúne UOL, Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo, G1 e Extra.

No recorte de faixa etária, a pesquisa dá indícios de que a cobertura vacinal dessas comunidades está seguindo o planejamento por idade. Entre os idosos com 65 anos ou mais, 87,1% dos entrevistados afirmam estarem imunizados com as duas doses. 6,5% estão parcialmente imunizados, com apenas uma dose e, 6,5% alegam que ainda não tomaram a vacina.

“A população brasileira anseia pela imunização. Nosso povo precisa ter segurança de sair de casa para trabalhar ou estudar, sem o medo de uma contaminação ou possíveis complicações”, explica Gilson Rodrigues, presidente do G10 Favelas e morador de Paraisópolis.

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