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Na largada da campanha, petistas arrecadam menos

Segundo estudo, o maior beneficiário é, de longe, o PMDB: ficou com R$ 109 milhões, ou 23% das doações feitas até o começo de agosto


	Temer e Dilma: vários dos principais doadores até agora preferiram investir no partido do vice em vez de no da presidente
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Temer e Dilma: vários dos principais doadores até agora preferiram investir no partido do vice em vez de no da presidente (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2014 às 09h56.

São Paulo - O PT partiu muito atrás dos concorrentes na busca por dinheiro nesta eleição. Até a semana passada, o partido da presidente Dilma Rousseff estava só no quarto lugar em arrecadação de campanha, atrás do PMDB do vice Michel Temer, do PSDB de Aécio Neves e do PSB de Marina Silva.

Estudo feito por Estadão Dados e Transparência Brasil com base nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que, dos R$ 475 milhões que foram contabilizados pelas campanhas até sexta-feira passada, dia 29, o maior beneficiário é, de longe, o PMDB: ficou com R$ 109 milhões, ou 23% das doações feitas até o começo de agosto.

O partido, dono da segunda maior bancada na Câmara dos Deputados e que participou de todos os governos federais desde o início da década de 1990, é o único dos quatro líderes em arrecadação que não lançou candidato próprio ao Planalto.

A quantia recebida pelo PMDB é quase três vezes maior do que a arrecadada pelo PT. Em dinheiro, a diferença entre os dois partidos é de R$ 74 milhões em favor dos peemedebistas.

Vários dos principais doadores até agora preferiram investir no partido do vice em vez de no da presidente.

Um exemplo é a atual líder nas doações, a gigante alimentícia JBS. Foram R$ 13,6 milhões para o PMDB até o momento, ante apenas R$ 5 mi para todos os candidatos e comitês petistas.

Estão computadas no estudo todas as doações, para todos os cargos, em todas as unidades da Federação, referentes à primeira parcial da prestação de contas divulgada no site do TSE.

Segundo a legislação, essa parcial deveria informar apenas o que entrou no caixa até o dia 2 de agosto - ou seja, antes ainda da morte de Eduardo Campos (PSB) e da entrada de Marina Silva na disputa, quando Dilma liderava as pesquisas com folga.

Na prática, porém, há doações mais recentes incluídas nos dados, já que é permitido aos partidos e candidatos fazerem retificações ao informado anteriormente. O prazo para a prestação de contas final é 25 de novembro.

Concentração

Apesar de estar no poder federal e liderar até então as pesquisas ao Planalto, o PT arrecadou até agora menos da metade do que o PSDB, que ficou com 17% do total. Foram R$ 45 milhões a menos.

Com apenas 7% do total arrecadado, os petistas ficaram atrás até do PSB, que conseguiu 8%. Somados, os quatro partidos contabilizaram mais da metade de todo o valor doado na primeira prestação de contas.

Há outra diferença fundamental entre as doações para PT e PMDB, além do valor. Três de cada 4 reais arrecadados pelos petistas foram diretamente dos doadores para os candidatos, fruto do esforço individual de cada um.

Apenas 25% foram para comitês partidários e para a direção do partido, antes de serem redistribuídos. No PMDB, as doações são muito mais centralizadas, na proporção oposta às para o PT: 3 de cada 4 reais passaram pelos cofres dos diretórios e comitês do partido antes de chegarem às mãos dos candidatos.

Bancada

O eventual desejo dos doadores de mudar a distribuição de poder transparece quando se compara o valor arrecadado pelo PT com seu peso na Câmara.

O tamanho da bancada federal de cada partido é o critério usado para dividir o tempo de propaganda eleitoral na TV e para dividir o dinheiro do Fundo Partidário.

O PT tem o maior número de deputados federais, mas acabou entre as quatro siglas que menos arrecadaram até agora em proporção às suas bancadas na Câmara: apenas R$ 390 mil por parlamentar. Ficou no nível do PRB.

O PMDB e PSDB, segundo e quarto partidos com a maior bancada, estão entre os cinco líderes na razão entre a arrecadação e o número de deputados. Os tucanos receberam R$ 1,8 milhão para cada representante na Câmara, quase cinco vezes mais que os petistas.

O primeiro lugar é do PEN, partido com apenas um deputado federal, mas com arrecadação de R$ 2,4 milhões na campanha até o momento.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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