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Na contabilidade da propina, partidos eram times de futebol

"Conheço o esquema montado para o financiamento ilegal de campanhas", afirmou Luiz Eduardo Rocha Soares em anexo de sua delação

Times de futebol: o PT era Flamengo e o PSDB, Corinthians (foto/Getty Images)

Times de futebol: o PT era Flamengo e o PSDB, Corinthians (foto/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de abril de 2017 às 22h43.

São Paulo - O executivo Luiz Eduardo Rocha Soares, um dos delatores da Odebrecht, entregou à Operação Lava Jato uma tabela com os codinomes dos partidos políticos.

O delator relatou que deu "apoio" a Benedicto Júnior, o BJ, da Odebrecht Infraestrutura, nas eleições de 2006, 2010 e 2012.

"Conheço o esquema montado para o financiamento ilegal de campanhas", afirmou Luiz Eduardo Rocha Soares em anexo de sua delação enviado à Procuradoria-Geral da República.

O PT era Flamengo e o PSDB, Corinthians. O PSB era o Internacional.

"Posso dizer que o financiamento ilegal funcionava da seguinte forma: a cada eleição se definia como seria operado o caixa, tanto para doações legais, como ilegais, atribuindo apelidos para cada cargo a ser disputado, por exemplo, em eleições para presidente (general), governador (capitão), senador (tenente), deputado federal (sargento), deputado estadual (cabo). Em outra eleição, me recordo, foram atribuídas posições de jogadores de futebol para cada cargo a ser disputado, como centroavante, meia, ponta esquerda, goleiro, etc. O nome dos políticos beneficiados também era substituído por apelidos", detalhou o delator.

Veja a tabela com os times e partidos

Sport - PSB

Flamengo - PT

Corinthians - PSDB

Cruzeiro - PP

Vasco - PTB

Palmeiras - PPS

São Paulo - PR

Fluminense - DEM

Atlético Mineiro - PSOL

Bahia - PCdoB

Náutico - PSC

Botafogo - PSD

Santos - PRB

Grêmio - PDT

Internacional - PMDB

Santa Cruz - PROS

Coritiba - PV

Remo - REDE

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