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Na China, Bolsonaro tenta resolver antigas desavenças

O presidente já fez duras críticas ao regime comunista e chegou a afirmar que a potência asiática estaria “comprando o Brasil, e não do Brasil”

Bolsonaro: em fevereiro de 2018, quando ainda era Deputado Federal, o político acendeu uma polêmica diplomática entre o Brasil e o país asiático ao visitar Taiwan (Adriano Machado/Reuters)

Bolsonaro: em fevereiro de 2018, quando ainda era Deputado Federal, o político acendeu uma polêmica diplomática entre o Brasil e o país asiático ao visitar Taiwan (Adriano Machado/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2019 às 06h19.

Última atualização em 24 de outubro de 2019 às 06h27.

Em meio a um circuito internacional que percorre países da Ásia e do Oriente médio, o presidente Jair Bolsonaro desembarca na China para tentar fechar negócios. A visita que tem como objetivo estreitar as relações bilaterais entre os países acontece até a próxima sexta-feira e deve servir também para sanar antigas desavenças.

Quando era candidato à presidência, Bolsonaro fez duras críticas ao regime comunista e chegou a afirmar que a potência asiática estaria “comprando o Brasil, e não do Brasil”. Este ano, em discurso na assembleia das Nações Unidas em setembro, afirmou que o Brasil estava ressurgindo depois de “estar à beira do socialismo”. Na chegada a Pequim, nesta quinta-feira, Bolsonaro tentou evitar polêmicas e disse apenas que a China é “um país capitalista”. É, claro, uma explicação que tampo o sol com a peneira: há poucos dias a China comemorou os 70 anos da Revolução Comunista. 

Verdade é que, nos últimos meses o Planalto vem adotando um tom positivo em relação ao gigantesco parceiro comercial, principalmente em áreas como agricultura e pecuária. O primeiro compromisso de Bolsonaro em solo chinês acontecerá ainda na noite desta quinta-feira (horário de Pequim), onde o presidente deve participar de um jantar oferecido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, com empresários brasileiros e chineses. 

Essa será a primeira vez que Bolsonaro vai à China. Em fevereiro de 2018, quando ainda era Deputado Federal, o político acendeu uma polêmica diplomática entre o Brasil e o país asiático ao visitar Taiwan. Na época, a embaixada chinesa em Brasília emitiu nota criticando a ida à ilha que historicamente busca independência do regime de Xi Jinping. 

Agora presidente, o principal compromisso de Bolsonaro na China ocorrerá na sexta-feira, quando participará de uma conferência empresarial organizada pela Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) que servirá para estabelecer negociações comerciais. O presidente brasileiro também encontrará Xi. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, da Casa Civil, Onyx Lorenzoni e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, acompanham Bolsonaro na viagem.

De acordo com o Itamaraty, com a visita, o governo espera alcançar a ampliação e a diversificação das importações e a atração de investimentos para o Brasil, além de maior cooperação em ciência e tecnologia entre os países. 

Mesmo com o completo alinhamento com os Estados Unidos que por sua vez participa de uma interminável guerra comercial com a China ─  e mesmo após ter esperado Donald Trump por minutos para dizer “I Love You” durante a assembléia geral da ONU, Bolsonaro reforçou nesta quinta-feira que vai à China “sem viés ideológico”.  Ainda assim, convém não esperar um “eu te amo” em mandarim. 

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