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Multidão toma ruas; segurança é reforçada e comércio fecha

Milhares de manifestantes já ocupam as ruas de mais de cem cidades do País na tarde desta quinta-feira

As manifestações foram mantidas mesmo após diversas cidades do país anunciarem o recuo no aumento da tarifa de transporte público, reivindicação que deflagrou a onda de protestos por todo o Brasil (REUTERS/Sergio Moraes)

As manifestações foram mantidas mesmo após diversas cidades do país anunciarem o recuo no aumento da tarifa de transporte público, reivindicação que deflagrou a onda de protestos por todo o Brasil (REUTERS/Sergio Moraes)

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Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2013 às 23h03.

São Paulo/Rio de Janeiro - Milhares de manifestantes já ocupam as ruas de mais de cem cidades do país na tarde desta quinta-feira, levando a polícia a reforçar a segurança, comerciantes a fecharem as portas e empresas a liberarem os funcionários mais cedo.

As manifestações foram mantidas mesmo após diversas cidades do país anunciarem o recuo no aumento da tarifa de transporte público, reivindicação que deflagrou a onda de protestos por todo o Brasil. Agora, no entanto, as reclamações vão desde os gastos com a Copa do Mundo à corrupção.

Na região central do Rio de Janeiro, manifestantes começaram a chegar antes das 17h, e marchavam pelas ruas. Horas antes, comerciantes fecharam as portas e bancos e outros estabelecimentos usaram tapumes de madeira para se proteger e evitar depredação, como aconteceu no protesto de segunda-feira, que reuniu cerca de 100 mil pessoas na capital fluminense.

No entorno do estádio do Maracanã, onde as seleções da Espanha e do Taiti disputam partida pela Copa das Confederações, foram colocados cordões de isolamento para evitar confrontos entre policiais e manifestantes.

"Ouvi dizer que a manifestação virá para cá, então fiquei com receio de vir com minha filha. Mas como eu já estava com ingresso, decidi vir", disse o técnico de mecânica André Leite, 42, morador do Rio enquanto ia para o Maracanã.

Em São Paulo, milhares de manifestantes começavam a ocupar a Avenida Paulista, a mais importante da cidade, e em Salvador o protesto acontecia perto da Arena Fonte Nova, onde Nigéria e Uruguai se enfrentarão pela Copa das Confederações E houve confronto com a polícia.

Em Brasília, onde na segunda-feira manifestantes subiram na marquise do Congresso Nacional, milhares caminhavam em direção à sede do Legislativo e a polícia legislativa e a Polícia Militar reforçaram a segurança. Em Pernambuco, cerca de 50 mil pessoas tomavam as ruas da capital Recife, segundo estimativas da polícia.

As manifestações também aconteciam em capitais de todas as regiões do Brasil, como Porto Alegre, Belo Horizonte, Teresina, Belém e João Pessoa.


Diante da onda de protestos, a presidente Dilma Rousseff decidiu alterar sua agenda de viagens, que incluiria idas ao Japão e a Salvador nos próximos dias.

Em São Paulo, mais de 189 mil pessoas confirmaram presença pelo Facebook no sétimo protesto convocado pelo Movimento Passe Livre (MPL) pelas redes sociais. A manifestação foi mantida apesar do prefeito Fernando Haddad (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) terem cedido à pressão e revogado o reajuste da passagem.

"Se antes eles diziam que baixar a passagem era impossível, a revolta do povo provou que não é. Se agora eles dizem que a tarifa zero é impossível, nossa luta provará que eles estão errados", disse o grupo em nota.

Nas várias cidades do país com protestos marcados para esta quinta-feira, os temores da repetição dos episódios minoritários de violência e vandalismo, que aconteceram em manifestações anteriores, fizeram com que comerciantes e agências bancárias colocassem tapumes em volta de seus prédios para tentar evitar danos.

A gama de reivindicações apresentada nas redes sociais até agora varia do pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar os gastos com a Copa do Mundo a críticas a um projeto de "cura gay" patrocinado pelo presidente da Comissão de Direitos da Câmara, o pastor evangélico Marco Feliciano (PSC-SP).

As demandas incluem ainda a rejeição à proposta de emenda constitucional 37, que restringe o poder de investigação do Ministério Público e a saída de Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado.

O PT, partido que está há dez anos no comando do governo federal, divulgou nota em apoio aos manifestações e o presidente da legenda, Rui Falcão, pediu que os militantes levem a bandeira do partido aos protestos e promovam uma "onda vermelha".

Nas redes sociais, no entanto, internautas têm defendido o apartidarismo dos protestos.

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