Manifestação: mulheres protestaram contra Bolsonaro em SP, em 21/10/2018 (Getty Images)
AFP
Publicado em 21 de outubro de 2018 às 10h17.
Última atualização em 21 de outubro de 2018 às 10h17.
Aos gritos de "Ele não!", "Ele nunca!", milhares de mulheres foram neste sábado às ruas do Brasil para repudiar o candidato de extrema direita Jair Bolsonaro, favorito para vencer o segundo turno das eleições presidenciais, no próximo dia 28.
Até o fim da tarde, as manifestações, que aconteceram de forma simultânea em várias partes do país, pareciam muito menos concorridas do que as de 29 de setembro, quando as brasileiras protestaram em massa contra Bolsonaro
"Esta é uma luta pela democracia, pelo progresso, e contra o retrocesso, a violência e a morte que Bolsonaro prega", disse a universitária Clarissa Forlan, 22, que participou da manifestação no Rio de Janeiro.
Em outras cidades, como São Paulo e Brasília, também houve manifestações coloridas.
"Se ele vencer, tenho medo de um regime militar, medo do fim da liberdade de expressão. Se ele já estivesse no governo, não poderíamos estar fazendo o que a gente está fazendo hoje. Já estaríamos mortas ou presas", afirmou Clarissa.
Juntamente com manifestantes do sexo masculino, mulheres dançaram e entoaram cânticos de resistência contra Bolsonaro. Durante a mobilização, havia bandeiras do PT e palavras de ordem em favor dos negros e homossexuais.
"As pessoas que não sofreram a ditadura apoiam Bolsonaro. Muitas delas são homens ricos, mas, se ele ganhar, vai ter muita luta nas ruas, porque o Brasil está dividido", afirmou a professora aposentada Paula dos Santos, 74.
Segundo a pesquisa mais recente do Ibope, 58% dos homens apoiam Bolsonaro, contra 46% das mulheres. Após a manifestação de 29 de setembro, as mulheres e igrejas evangélicas que estão do lado do militar se mobilizaram em sua defesa.