Brasil

Mulheres protestam contra feminicídio no Distrito Federal

O assassinato de pelo menos 15 mulheres no Distrito Federal em 2016 motivou a manifestação

Violência: "Por Mim, por Nós e pelas Outras" foi o lema escolhido (Ricardo Moraes / Reuters/Reuters)

Violência: "Por Mim, por Nós e pelas Outras" foi o lema escolhido (Ricardo Moraes / Reuters/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 28 de novembro de 2016 às 20h31.

O assassinato de pelo menos 15 mulheres no Distrito Federal em 2016 motivou uma manifestação hoje (29) na Rodoviária do Plano Piloto, em Brasília, para chamar atenção para o feminicídio.

"Por Mim, por Nós e pelas Outras" foi o lema escolhido pelo Fórum de Mulheres do DF e Entorno para o movimento, que destaca circunstâncias em que as mulheres são mortas por serem mulheres.

O grupo, formado por cerca de 15 mulheres, escolheu um dos horários de maior fluxo de pessoas no local e se posicionou em lugares estratégicos segurando placas com o nome e a situação em que as vítimas foram assassinadas.

"Sei que muita gente nem olha, muitos podem nem parar, mas se tocar uma pessoa, já valeu. Temos que abrir os olhos das pessoas para que elas vejam que mulheres são mortas por serem mulheres, por estarem vestidas de determinada forma, em determinado local. Isso é inaceitável", disse a ativista Elizabete Braga.

Para Elizabete, o Brasil tem legislação suficiente para criminalizar o assassinato de mulheres, porém, as medidas têm que ser postas em prática.

"A Lei do Feminicídio foi aprovada, a Lei Maria da Penha está aí, e claro, o próprio Código Penal criminaliza a morte de mulheres. As autoridades têm que prestar atenção nessas leis, executá-las. Tem que partir da gente exigir, cobrar isso."

A servidora pública Naiara Oliveira disse que o apoio do serviço público brasiliense às mulheres vítimas de violência é deficiente, o que torna a situação ainda mais difícil.

"[Estou neste protesto] porque sou mulher, sou negra, sou lésbica e não tem como ficar calada vendo este cenário de violência contra nós."

Acompanhe tudo sobre:FeminismoMortesViolência urbana

Mais de Brasil

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022