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Mulher do coronel amigo de Temer diz não participar da gestão das empresas

A mulher do amigo do presidente Michel Temer havia sido intimada a prestar declarações na Operação Skala, deflagrada na quinta-feira, 29

Carro da Polícia Federal (Sergio Moraes/Reuters)

Carro da Polícia Federal (Sergio Moraes/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 31 de março de 2018 às 11h47.

São Paulo - A arquiteta Maria Rita Fratezi, casada com o coronel da PM João Baptista Filho, o coronel Lima, depôs na sexta-feira, 30, à Polícia Federal. A mulher do amigo do presidente Michel Temer havia sido intimada a prestar declarações na Operação Skala, deflagrada na quinta-feira, 29, que investiga supostos benefícios à empresa Rodrimar no Decreto dos Portos. O coronel Lima está preso.

"Gostaria de esclarecer apenas que não participa da gestão das empresas do marido João Batista, uma vez que se dedica exclusivamente às atividades do lar, motivo pelo qual, em relação aos demais questionamentos sobre o caso investigado, gostaria de utilizar do seu direito constitucional de permanecer em silêncio; que porém acrescenta somente que a declarante no passado exerceu atividades relacionadas a sua área de atuação profissional, sendo esta a Arquitetura", afirmou.

A Skala suspeita que a empresa Argeplan, controlada pelo coronel Lima, "tem se capitalizado" com recursos de empresas interessadas na edição do Decreto dos Portos e distribuído tais recursos para os outros investigados.

À Polícia Federal, a mulher do coronel Lima afirmou que estava impossibilidade de comparecer a intimação na quinta-feira, "uma vez que na data de ontem encontrava-se acompanhando seu marido João Baptista Lima Filho, durante atendimento médico no Hospital Albert Einstein", em São Paulo. "Por isso, solicitou remarcação para a data de hoje, o que foi prontamente deferido pela autoridade policial encarregada do caso, vindo a comparecer neste momento", afirmou.

Um relatório da investigação aponta "crescimento exponencial da empresa Argeplan nos últimos 20 anos, inclusive no Setor nuclear, em parceria com a AF Consult do Brasil, o que se vê de um contrato no valor de R$ 160 milhões com a Eletronuclear para as obras da Usina Angra 3, cuja obtenção, segundo José Antunes Sobrinho, só teria ocorrido por ser a Argeplan 'ligada a Temer e precisou subcontratar a Envegix porque não tinha capacidade para o serviço".

O coronel Lima ainda não prestou depoimento. A Polícia Federal vem tentando ouvi-lo há nove meses.

O amigo de Temer seria ouvido pela PF nesta sexta. O depoimento, no entanto, foi adiado. A defesa do coronel alegou que ele está "sem condições de saúde" para prestar depoimento.

Na sede da PF em São Paulo, onde se instalou a força-tarefa da Operação Skala, o coronel queixou-se que não tinha condições de depor. Disse que está com problemas severos de saúde. Alegou aos investigadores que "não tem condições físicas, nem psicológicas de depor nessas condições".

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