João de Deus, médium acusado de abuso sexual (Cesar Itiberê/Fotos Públicas)
Estadão Conteúdo
Publicado em 15 de dezembro de 2018 às 09h49.
Última atualização em 15 de dezembro de 2018 às 12h30.
Vitória - Nem todas as denúncias envolvem o centro Dom Inácio, em Abadiânia. É o que conta uma dona de casa do Espírito Santo, de 36 anos, que preferiu não se identificar.
O ano era 1984, e a então adolescente sofria com muitas dores nos rins. Ela e a mãe voltavam de uma consulta no bairro Vila Rubim em Vitória, quando viram um aglomerado de pessoas perto de um prédio. Lá estava o médium João de Deus, vendendo objetos religiosos. A compra dava direito a uma consulta espiritual.
Mãe e filha foram ao encontro dele, em uma espécie de prédio de escritórios. A dona de casa conta que no espaço ainda existia um quarto. O médium esclareceu que teria de ficar sozinho no quarto com a adolescente. "Entrei na sala e ele me mandou sentar em uma cadeira. Depois ordenou que eu ficasse em pé e de costas para ele. Eu obedeci mais uma vez. Foi ai que ele começou a passar as mãos nos meus seios por trás e falava 'Se entrega, se entrega', e continuou a passar as mãos. Ele não parou e me pressionou. Foi quando eu gritei. E nunca mais me esqueci disso."
A mãe da adolescente ouviu a filha gritar e imediatamente entrou no local. A vítima saiu correndo, desesperada. Somente depois a adolescente revelou o abuso sofrido. "Na época, minha mãe não registrou ocorrência. Estávamos muito envergonhadas", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.